A Polícia Civil de São Paulo confirmou a prisão do tenente da polícia militar Henrique Otávio Oliveira Velozo, neste domingo (7). O suspeito de atirar na cabeça do lutador de jiu-jítsu Leandro Lo, durante a madrugada do mesmo dia, em um show do grupo Pixote, no Clube Sírio, na zona sul de São Paulo, se apresentou à Corregedoria da Polícia Militar e será conduzido à delegacia, onde prestará depoimento.

Ainda de acordo com as autoridades, Henrique será encaminhado ao Presídio Romão Gomes, onde cumprirá prisão temporária de 30 dias e permanecerá à disposição da Justiça. Enquanto isso, mais de 40 lutadores, colegas e amigos do campeão mundial de jiu-jítsu ficaram durante o fim de tarde e parte da noite na porta do 17º Distrito Policial em protesto contra o acusado, que ao invés de ser levado para o local, foi direto para a prisão.

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O grupo em frente à delegacia, segundo a Folha de S.Paulo, gritava frases como “justiça”, “jiu-jítsu, unido, jamais será vencido” e que o suspeito sujou a farda da PM. “Ele não representa a PM”, também disseram algumas pessoas que pediam para que a polícia mostrasse o rosto do atirador. Pouco antes, a multidão também achou que uma viatura estava com o atirador e começou a gritar “vagabundo” e “assassino”.

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Durante todo o dia internautas, lutadores, associações do esporte e fãs se manifestaram nas redes sociais por causa da violência contra o Leandro. Segundo conhecidos do campeão mundial, inclusive, o atirador era faixa roxa de jiu-jítsu e, provavelmente, deveria saber quem era o atleta. A partir desta segunda (8), o caso será investigado pelo 16º DP.

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Leandro Lo

Considerado um dos maiores nomes da história do jiu-jítsu mundial, o brasileiro Leandro Lo, de 33 anos, foi oito vezes campeão mundial em cinco categorias diferentes. O ateta conquistou cinco Copas do Mundo da modalidade e ainda ganhou oito Pan-americanos do esporte. A notícia da morte do brasileiro teve grande repercussão internacional e foi destaque em diversos jornais no mundo.

Como informou O Globo, ao citar a repercussão da morte de Leandro, o diário espanhol Marca aponta o atleta como “uma das maiores figuras mundiais do jiu-jítsu”, relembrando os títulos conquistados ao longo da carreira de Leandro. A rede britânica BBC apresenta o brasileiro sendo “um dos maiores campeões do Brasil de todos os tempos”.

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A Sports Ilustrated, uma das principais publicações americanas, destaca Leandro como “dominante no jiu-jítsu desde 2011”, ressaltando a mais recente conquista do atleta, o Campeonato Mundial deste ano, disputado na Califórnia. A canadense CBC apontou o lutador como “um dos atletas brasileiros de jiu-jítsu mais bem sucedidos de todos os tempos”, enquanto que o portal MMA Junkie, especializado em artes marciais, tratou o brasileiro como “estrela” e “multicampeão”.

O suspeito

O histórico do tenente da PM Henrique Otavio Oliveira Velozo, suspeito de atirar contra Leandro Lo, já havia passado por outro episódio de confusão há cinco anos. Na época, ele foi acusado por outros policiais de agressão e desacato em uma casa noturna de São Paulo. De acordo com a acusação, policiais militares foram acionados ao endereço da boate após Velozo se envolver em uma briga. na época, ele alegou que apenas agiu para separar sete pessoas que agrediam a um primo seu.

Ele foi descrito como “exaltado” e “nervoso”, e, segundo relatos, agrediu verbalmente um outro tenente que chegou ao local, dizendo: “você é meu recruta”, “seu covarde”, e outros palavrões. O Ministério Público chegou a condenar de Velozo por ter praticado violência contra inferior, pelos socos dados contra o soldado, e por desacato. No entanto, o tenente foi absolvido das duas acusações.

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