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Política
| Em 3 meses atrás

Polícia Federal instaura inquérito para apurar suspeita de compra de votos na campanha de Alcides

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A Polícia Federal (PF) instaurou um inquérito policial (IPL) para investigar a suspeita de compra de votos na cidade de Aparecida de Goiânia, na campanha do candidato bolsonarista a prefeito da cidade, Professor Alcides (PL). A investigação iniciou na quarta-feira (25) após dois homens ligados à campanha terem sido apresentados um dia antes na PF por policiais militares.

Com os conduzidos havia R$ 3 mil em espécie, documentos com listas de eleitores e candidatos, além de 189 vales-combustíveis e recibos preenchidos. (Confira detalhes e imagens da ocorrência registrada pela PF ao final)

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Recusa de informar senha de celular

Tudo foi apreendido junto com o celular de um dos homens, que se recusou a informar a senha para a PF. Os itens estavam sendo manuseados durante a mobilização em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro que foi até Aparecida fortalecer a campanha de Alcides. Ao delegado da PF, Bruno Zane Santos, os militares informaram que havia uma movimentação estranha de várias pessoas em torno de um carro.

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Dentro do veículo os militares abordaram o motorista, Wisley Barbosa da Silva, e o passageiro, Gilmar Calixto Ferreira, que levara o dinheiro e as requisições dentro de uma mochila no interior do carro. Gilmar é assessor parlamentar de Alcides conforme consta no portal da Câmara dos Deputados, em Brasília.

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Com a suspeita de prática ilegal de captação de votos, os PMs conduziram os dois até a PF para prestarem esclarecimentos. Ambos negaram envolvimento na compra de votos, mas admitiram que os materiais de campanha pertenciam a Gilmar.

Depoimentos negam compra de votos

Em seu depoimento, Gilmar alegou que o dinheiro apreendido seria uma comissão de venda de um veículo, recebida do sogro dele. Também declarou que estava auxiliando na organização de uma carreata em apoio ao candidato Professor Alcides, e garantiu que os vales-combustíveis seriam utilizados dentro das regras eleitorais para abastecer os veículos participantes da ação política.

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Wisley, por sua vez, alegou que apenas havia pegado o carro emprestado e não tinha qualquer relação com os materiais de campanha encontrados.

Suspeita de crime eleitoral é investigada

Apesar das explicações, a Polícia Federal não descarta a hipótese de crime eleitoral. A operação resultou na apreensão de documentos, vales-combustíveis, e do celular de Gilmar, que se recusou a fornecer a senha para acesso ao aparelho. O delegado Bruno Zane sugeriu diligências adicionais, como a análise dos materiais apreendidos e a verificação de imagens de câmeras de segurança para confirmar a possível compra de votos.

Os suspeitos foram liberados após o depoimento, mas o inquérito segue aberto, com as investigações em andamento. A PF continua apurando os fatos e monitorando indícios que possam comprovar a compra de votos, que pode configurar crime conforme o artigo 299 do Código Eleitoral.

Outro lado

A reportagem solicitou informações a respeito, e a versão dos envolvidos através da assessoria de Imprensa do candidato Professor Alcides, mas ainda não obteve resposta. Também foi enviada mensagem para o coordenador jurídico da campanha que igualmente ainda não se manifestou. O DG não conseguiu o contato de Gilmar e Wisley.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.