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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Polícia Federal indicia irmãos Batista sob a acusação de crimes financeiros

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A Polícia Federal indiciou os irmãos Joesley e Wesley Batista, sócios do grupo JBS, pela suposta prática dos crimes de manipulação de mercado e uso indevido de informação privilegiada em operações de venda e compra de ações e de contratos com dólar.

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O indiciamento ocorreu no inquérito que levou à decretação das prisões preventivas dos empresários, no último dia 13, após decisão do juiz João Batista Gonçalves, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

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Em geral, após essa fase do trabalho da PF o Ministério Público decide se oferece denúncia contra os suspeitos ou pede o arquivamento do inquérito.

As detenções dos irmãos integraram a segunda fase da Operação Tendão de Aquiles que investiga, desde junho, se eles se beneficiaram do acordo de delação premiada que assinaram com a PGR (Procuradoria-Geral da República), para lucrar no mercado financeiro, fazendo reservas.

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A prática, no mercado, é apelidada de “insider trading”. Documentos apresentados pela JBS à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) mostram que pessoas ligadas aos irmãos Batista venderam R$ 200 milhões em ações da empresa alguns dias antes da divulgação do acordo com a PGR, em 17 de maio deste ano.

O suposto crime na CVM não foi relatado pelos executivos da JBS no acordo de colaboração premiada. Os empresários prestaram depoimento em julho e negaram que tenham manipulado o mercado.

Segundo a PF, as investigações se dividem em dois acontecimentos.

O primeiro deles é a ordem de venda pela FB Participações, controladora do grupo, de R$ 200 milhões em ações da JBS entre 24 de abril e 17 de maio. Na ocasião, os papéis estavam em alta no mercado.

Quando a delação veio a público -com a informação de que Joesley tinha gravado o presidente Michel Temer (PMDB)-, as ações se desvalorizaram e os Batista compraram as ações que tinham vendido por valores inferiores do que haviam negociado na primeira transação.

Com isso, as apurações apontam que a empresa manipulou o mercado e influenciou os acionistas a absorver parte do prejuízo com a baixa de ações, ônus que a FB Participações teria sofrido sozinha.

O segundo evento é a “intensa compra de contratos de derivativos de dólares” entre 28 de abril e 17 de maio pela JBS, acima da movimentação usual da empresa. Foram quase US$ 3 bilhões, segundo o Ministério Público Federal em São Paulo.

O grupo lucrou US$ 100 milhões com a alta do dólar após 17 de maio, de acordo com a investigação. O valor se aproxima dos US$ 110 milhões em multas que a empresa acertou com a PGR na delação premiada. No acordo de leniência com o Ministério Público Federal do Distrito Federal, a multa foi de R$ 10,3 bilhões. (Folhapress)

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