As autoridades da França anunciaram nesta terça-feira (20) a detenção de quatro familiares do extremista que, na véspera, avançou com um carro com explosivos e armas contra uma viatura da polícia na avenida Champs-Élysées, em Paris.
Em uma operação de busca na residência do suspeito, localizada na região de Paris, foram detidos a ex-mulher do suspeito, seu irmão e sua cunhada. Em outro local, foi detido o pai do extremista. Ainda não está claro se esses familiares têm alguma relação com o terrorismo.
As agências de notícias, que citam fontes com conhecimento dos detalhes da investigação, dizem que a polícia encontrou também um “arsenal” na casa do radical. Ele jurou lealdade ao Estado Islâmico em uma carta endereçada ao seu cunhado e encontrada pela polícia, ainda segundo as agências.
O suspeito, morto durante a tentativa de ataque, foi identificado como Adam Djaziri, 31. Ele era conhecido da polícia desde 2015 por atividades extremistas. Ele tinha licença de porte de armas para prática de tiro desportivo, o que provocou questionamentos contra as autoridades. Na carta encontrada pela polícia, segundo as agências, Djaziri diz que usou a prática desportiva como pretexto para reunir um arsenal com a intenção de praticar um atentado.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, disse nesta terça que a licença foi emitida antes de Djaziri ser identificado como um potencial militante radical e, portanto, não havia razão à época para negar a permissão. “Ninguém está satisfeito com isso e eu não estou também”, disse o ministro.
Em novembro de 2016, quando Djaziri pediu a renovação da licença, seu nome já estava na lista de suspeitos de terrorismo e os investigadores avaliaram que era melhor renovar a licença para não despertar a atenção do suspeito. “Se você tirar a licença de alguém que é alvo de vigilância ou que está sendo monitorado, ele rapidamente entenderá por que a retiraram. (…) É uma decisão difícil”, afirmou Philippe.
No carro usado no ataque, investigadores encontraram um rifle de assalto, duas pistolas, munição e dois botijões de gás grandes.
A avenida Champs-Élysées é uma das maiores de Paris e está entre as mais conhecidas do mundo, sendo visitada por milhares de turistas todos os dias. O local da tentativa de ataque de segunda-feira fica a poucas centenas de metros do Palácio Presidencial e da embaixada dos Estados Unidos.
A França sofreu uma série de atentados terroristas nos últimos anos e, desde novembro de 2015, está em estado de emergência. A própria região da Champs-Elysées foi alvo de um ataque em abril, três dias antes do primeiro turno da eleição presidencial, em que um policial foi morto -a ação reivindicada pela milícia extremista Estado Islâmico. (Folhapress)