A Polícia Civil concluiu o inquérito da jovem de 21 anos que morreu no último domingo (26), enquanto estava internada em um hospital de Goiânia. Ela estava na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após dar entrada por conta de crises convulsivas. Antes do óbito, ela relatou a uma funcionária que teria sido abusada sexualmente por um técnico em enfermagem.
A universitária, Susy Nogueira Cavalcante, foi internada no dia 17 de maio e morreu nove dias depois. A corporação conseguiu imagens que mostram o momento que a jovem sofre o abuso por um técnico em enfermagem, identificado como Ildison Custódio Bastos, de 41 anos. Ele se entregou e foi preso em seguida.
A delegada responsável pelo caso, Paula Meotti, informou que Ildson foi indiciado por estupro de vulnerável e que gravações de câmeras de segurança feitas no leito onde a jovem estava internada foram as provas mais importantes da investigação.
Inicialmente, a delegada disse que “não vislumbra” relação entre o abuso e a morte da vítima. Ela explicou ainda que só cabe a ela apurar a violência sexual e que enviará um ofício para a Delegacia Regional para que seja aberto um inquérito sobre as causas da morte.
Sete pessoas foram ouvidas durante a investigação, incluindo a funcionária do hospital para quem a jovem denunciou o caso e a diretora da empresa terceirizada que gere a UTI, que avisou sobre a situação à polícia. Se condenado, o técnico de enfermagem pode pegar uma pena que varia de 8 a 15 anos.
A Polícia Civil divulgou nota sobre a conclusão do inquérito:
Nota
Sobre o caso da paciente de 21 anos vítima de abuso sexual ocorrido em um hospital de Goiânia, a Polícia Civil tem a informar que a delegada responsável pelo caso concluiu hoje(31) o inquérito, que foi enviado à Justiça.
A conclusão se deu em tempo inferior ao exigido por lei. A delegada investigou o fato, de modo a revelar autoria e materialidade do crime, representou pela prisão do autor no mesmo dia da instauração do inquérito (dia 23), sendo deferida a medida cautelar na noite do dia 28, e o autor preso na manhã do dia seguinte. A Polícia Civil esclarece não haver qualquer indício de prevaricação por parte da delegada, que atuou com profissionalismo e êxito. E que a família foi informada do crime pelo hospital, conforme relatado durante os depoimentos na delegacia e em nota técnica do hospital.
À Delegacia Estadual de Atendimento à Mulher coube apurar apenas a situação de abuso sexual. A Deam encaminhou cópia do inquérito e da requisição do laudo cadavérico à Delegacia Regional de Goiânia para análise e, em sendo o caso, instauração de outro procedimento que apure a causa da morte da paciente.