A principal linha de investigação da Polícia Civil para concluir o caso da chacina de Réveillon ocorrida em Campinas (a 93 km de São Paulo), no final da noite de sábado (31), é a propriedade da pistola 9mm usada no crime.
A arma está em perícia no IC (Instituto de Criminalística) para identificar a numeração, que foi fortemente raspada. Com o código, será possível chegar ao dono. A principal suspeita é de que pertença a um ex-policial.
Numa suposta carta deixada, o autor da chacina, Sidnei Ramis de Araújo, 46, disse ter raspado a numeração da pistola para não identificar o proprietário, que precisava de dinheiro. A arma é de uso restrito das forças policiais.Também foram apreendidos pela polícia um gravador. No boletim de ocorrência, os policiais afirmaram que o atirador deixou uma mensagem, se desculpando sobre algo que iria acontecer, sem citar os homicídios.
Na mesma gravação, ele criticou por diversas vezes a ex-mulher, Isamara Filier, 41, com quem travava uma disputa na Justiça pela guarda do filho, João Victor Filier de Araújo, 8. Ambos foram mortos na tragédia.
Um inquérito civil foi instaurado pela polícia para investigar os motivos para o crime. Não está descartada uma busca e apreensão no apartamento de um condomínio onde o autor da chacina morava sozinho.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública de São Paulo deve divulgar ainda nesta segunda-feira (2), uma nota informando sobre o andamento das investigações do crime que chocou o país na virada do ano.
REGISTROS
De acordo com a Polícia Civil de Campinas, Isamara Filier registrou ao menos quatro boletins de ocorrência contra o ex-marido, por ameaças sofridas. As denúncias teriam sido feitas recentemente, quando o filho foi tirado do pai.
Apesar dos boletins, ela nunca representou contra Sidnei Ramis de Araújo. Com a representação, a vítima poderia ter garantido medidas protetivas da polícia. O atirador ficaria impedido de se aproximar dela, sob o risco de ser preso, por exemplo.Nas redes sociais, diversas mulheres têm denunciado o feminicídio. Também numa rede social, a ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que Isamara foi mais uma vítima do machismo e defendeu políticas de defesa das mulheres.
(FOLHAPRESS)
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