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Categorias: Política
| Em 5 anos atrás

Polêmicas, acusações e ameaças judiciais marcam indicação no Iphan

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A indicação do advogado Alysson Cabral para substituir Salma Saddi na superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pelo deputado federal Alcides Ribeiro (PP) provocou desconforto, acusações e até insinuações de ameaças judiciais. A troca do comando e o início da polêmica foi iniciada na última quarta-feira (18/09).

A polêmica começa com a indicação de Alysson que dá aulas na Faculdade Alfredo Nasser (Unifan) cujo proprietário é o Professor Alcides mas não tem experiência na área de preservação de patrimônio. Para o deputado, está tudo bem com relação a isso, já que o cargo é comissionado, então, trata-se de uma função de confiança. O órgão caiu no colo de Alcides por meio de um sorteio entre as bancadas. “O Iphan foi um cargo que foi sorteado para nós aqui (da bancada goiana). Foi feito o sorteio aqui no governo federal para cargos de Goiás, e o que sobrou para mim foi o Iphan”, disse o parlamentar ao Jornal O Popular. Na mesma entrevista, justificou a indicação. “Como o cargo é meu, vou indicar a pessoa que eu confio”.

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Mas a polêmica teve o caldo engrossado quando Professor Alcides concedeu uma entrevista ao jornalista Marcos Cipriano, da BandNews FM. Na conversa o deputado reitera que o cargo é de confiança e aqueles que estão reclamando da indicação são aqueles que pleiteavam ficar à frente do órgão e não foram escolhidos, além de pessoas ligadas à Salma Saddi. Acusou-a de ser corrupta e ter um dossiê ‘que é de assustar’.

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‘Relatório de assustar’
“Os que estão criticando são aqueles que gostariam de assumir ou aqueles ligadas à aquela mulher que estava lá há 20 anos sem produzir muito, mas que infelizmente, se corrompeu muito né? Nós temos um relatório de corrupções dela que é de assustar. Mas não vou entrar nesse mérito que não é problema meu”, disparou.

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A fala não foi bem digerida por Salma que em entrevista ao mesmo Marcos Cipriano respondeu às acusações de Alcides. Disse que o deputado não conhecia nada de cultura e preservação de patrimônio. Colocou o seu sigilo bancário aberto para averiguação e o desafiou: apresente o documento com os supostos atos assustadores de corrupção.

‘Maldade produzida’
“O professor Alcides não precisa justificar a colocação de uma pessoa da confiança no meu lugar tentando me desmerecer. Isso é injusto, professor Alcides. O senhor não precisa fazer isso. Se o senhor tem esse instrumento como político, coloque. E eu como o senhor disse, não fiquei 20 anos no Iphan não. São 39 anos de vida dedicada ao patrimônio cultural brasileiro”, pontuou.

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Salma insinuou uma possível calúnia por parte de Alcides. “O senhor não faz ideia da maldade que está produzindo!”. E o convidou para ficar frente à frente e conversarem sobre o assunto e a provar que existe mesmo um documento que aponta corrupção da parte da ex-superintendente. “Estou lhe convidando para ficar frente a frente comigo e me dizer as coisas que o senhor disse e trazer as provas e se o senhor quiser eu lhe entrego a autorização para abrir a minha conta bancária. Quem sabe o senhor faz uma vaquinha e coloque lá para me ajudar neste momento tão difícil que eu estou passando. Que o senhor possa refletir no que falou! Não precisa desmerecer as pessoas para justificar a sua ação.”, concluiu.

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.