A controladora de voo colombiana Janeth Molina, que atendeu ao piloto do avião da Chapecoense antes da queda da aeronave no último dia 29, em Medellín, afirmou nesta segunda (26) que “o acidente poderia ter sido muito pior”.
Janeth Molina foi a controladora de voo do aeroporto de Rionegro que conversou com o piloto da LaMia antes do avião cair e pediu para que o piloto aguardasse. “Foram 71 vítimas, mas poderia ter sido pior, porque estava muito em cima [em cima da hora] e muito perto de outras aeronaves”, disse Janeth em entrevista à Rádio Caracol.
A controladora afirmou que o piloto, Miguel Quiroga, morto na queda do avião, iniciou o pouso antes mesmo de ter a autorização da torre de controle, o que fez com que o voo com o elenco da Chapecoense ficasse muito próximo de outros três aviões.
“A aeronave notifica a descida e pronto. Eu vejo no radar como ele começa a fazer a descida sem autorização e é quando observo que foi muito perto de outras aeronaves e aí eu tomo as medidas. Eu chamo o piloto e ele me notifica a emergência”, relembrou Janeth Molina ressaltando o momento crítico pela proximidade com outras aeronaves.
“Praticamente foi omisso [o piloto da LaMia] com relação às instruções que eu estava lhe dando. Ele começa a aproximação e tinha outros muito perto. Eles ficaram muito perto”, ressaltou.
A controladora foi questionada se “sentiu algo de diferente na fala do piloto”, algo que a fizesse perceber a gravidade da situação. “Ele não nos notificou de nada. Eu dei as instruções correspondentes e informei que havia ‘demoras'”, disse com relação ao avião da companhia aérea VivaColombia, o qual pediu “prioridade” para o pouso pouco antes da situação de emergência com o avião da Chapecoense. “Tudo tranquilo, normal, eu dou as instruções para ele normalmente, não se viu nada de diferente ali”, completa Janeth Molina.
Folhapress