O endereço da nova cracolândia de São Paulo, entre as ruas Helvétia e Cleveland, no centro, deixou os usuários encurralados num espaço pequeno, localizado numa praça quase em frente à estação Júlio Prestes e bem perto da rua Dino Bueno, local que abrigou a feira livre de drogas por décadas.
A PM e a Guarda Civil Metropolitana cercam o local com carros. Helicóptero da polícia também sobrevoa constantemente a região.
Sem muito espaço, os usuários estão deitados no chão e a típica circulação, o chamado fluxo, na nova cracolândia, quase não se via no final da manhã desta quinta-feira (22).
O novo êxodo de usuários ocorreu no final da noite desta quarta-feira (21). Eles deixaram o bosque da praça Princesa Isabel, também no centro, e foram para uma pequena praça. Segundo a polícia, a migração ocorreu de forma espontânea. Mas agentes de saúde disseram à reportagem que o PCC (Primeiro Comando da Capital) teria ordenado a mudança.
Ainda segundo os agentes de saúde, os dependentes químicos estavam se sentindo incomodados com uma ação da prefeitura na praça Princesa Isabel, que despejava água no bosque e formava muita lama -medida para afastar os usuários do local.
SUPERLOTAÇÃO
A nova cracolândia se estabeleceu ao lado das estruturas de atendimento de programas antidrogas, como o Recomeço, do Estado, e o Braços Abertos, da prefeitura.
O galpão do Braços Abertos está superlotado. Sob um teto de zinco, os usuários ocuparam com colchões o espaço que conta com uma TV.
Do lado de fora do galpão, a reportagem contou ao menos mais 15 usuários deitados em colchões.
No local, os dependentes se alimentam, descansam, tomam banho e são constantemente abordados por agentes que os convidam para tratamento contra o vício.
Do lado de fora do galpão, na rua Helvétia, mais assistentes sociais jogavam futebol com crianças e usuários e batucavam tambores. Uma estratégia para atrair os usuários ao tratamento. (Folhapress)