Mesmo sob pressão para afastá-lo do cargo, o presidente Michel Temer anunciou nesta segunda-feira (21) que o ministro Geddel Vieira Lima continuará no governo federal. Para arrefecer a atual crise, porém, assessores e auxiliares presidenciais defendem que Geddel faça um pedido público de desculpas.
A avaliação é que, diante de escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava Jato, o país não aceita mais esse tipo de comportamento por parte de um ministro.
Em nota, Temer ressaltou ainda que todas as decisões sob a responsabilidade do Ministério da Cultura serão encaminhadas e tratadas “estritamente sobre critérios técnicos”. “Serão respeitados todos os marcos legais e preservada a autonomia decisória dos órgãos que o integram, tal como ocorreu no episódio de Salvador”, ressaltou.
A nota distribuída pela Presidência da República cometeu uma gafe e errou o cargo do ministro. Geddel foi anunciado como titular da Secretaria-Geral da Presidência da República, quando é na verdade da Secretaria de Governo.
Nos bastidores, o presidente reconhece que o ministro cometeu um erro ao ter pressionado o ex-ministro Marcelo Calero, da Cultura, a produzir um parecer técnico para liberar um empreendimento imobiliário no qual tem um apartamento. Ele entende, contudo, que é um motivo pequeno para justificar a demissão do ministro.
Além disso, como o parecer não foi alterado, a posição do Palácio do Planalto é que Geddel não teve poder para fazer prevalecer o seu desejo. Nesta segunda-feira (21), a maioria dos integrantes da Comissão de Ética da Presidência da República votou pela abertura de procedimento investigativo para apurar se Geddel violou a legislação sobre conflito de interesse.
(Folhapress)