A Procuradoria Geral da República (PGR) determinou que o Supremo Tribunal Federal (STF) chame o deputado federal goiano Gustavo Gayer (PL) para depor a respeito de declarações discriminatórias que ele proferiu contra a população africana. O pedido, feito neste sábado (23), fez com que o parlamentar se tornou alvo de duas petições na Corte após questionar a ‘capacidade cognitiva’ de africanos e brasileiros.
As informações, divulgadas pelo Estadão e pelo Metrópoles, citaram os dois peticionamentos abertos pelo STF para apurar as acusações contra o parlamentar. O primeiro deles foi no dia 30 de junho, sob a relatoria da ministra Carmén Lúcia, e tem como requerentes as deputadas federais do PSOL Luciene Cavalcante (SP), Talíria Petrone (RJ), Célia Xakriabá (MG) e Erika Hilton (SP), todas do PSOL. O segundo foi aberto em 3 de julho.
Ainda segundo informações do Estadão, o PET tem como relator o ministro Luís Roberto Barroso e, como requerentes, as deputadas federais Tabata Amaral (PSB-SP), Carol Dartora (PT-PR), Reginete Bispo (PT-RS), Camila Jara (PT-MS), Dandara Tonantzin (PT-MG) e Duda Salabert (PDT-MG), que, à época, acusou Gayer de racismo em suas redes sociais.
Vale lembrar que as declarações de Gustavo Gayer foram feitas durante entrevista para um podcast em 23 de junho. Na ocasião, o deputado relacionou a existência de ditaduras em países da África a uma suposta falta de “capacidade cognitiva” da população, e ainda disse que o “Brasil está emburrecido” e “segue o mesmo caminho das nações africanas”. As falas ocorreram logo depois de o apresentador do programa, Rodrigo Barbosa Arantes, comparar o QI da população da África com o de macacos. Ambos foram acusados de racismo e de discriminação contra a população africana