A Polícia Federal (PF) indiciou o cantor sertanejo Sérgio Reis, o deputado federal Zé Trovão (PL) e mais 11 pessoas que participaram da organização de atos antidemocráticos em Brasília, em 7 de setembro de 2021. Entre os outros indiciados também estão o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Antonio Galvan, e o jornalista Oswaldo Eustáquio.
Eustáquio é considerado foragido da Justiça há mais de um ano e meio, mas vive na Espanha, onde pediu asilo.
As manifestações contaram com a ajuda do movimento dos caminhoneiros. A PF apurou que os investigados se articularam para realizar manifestações contra o Estado democrático.
Cabe agora ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, decidir se apresenta denúncia contra os acusados pela PF, informou o portal Terra nesta sexta-feira (5).
Atualmente, Zé Trovão usa tornozeleira eletrônica.
Já Sérgio Reis teve contra si um mandado de busca e apreensão. Além de envolvimento nos atos de setembro, ele ainda defendeu o afastamento dos ministros da corte pelo Senado Federal, afirmando em uma reunião privada que “se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra”, informou o jornal Folha de São Paulo.
O 7 de setembro de 2021 foi marcado por ataques às instituições democráticas.
Em discurso na manifestação em São Paulo, por exemplo, o então presidente Jair Bolsonaro atacou o STF e chamou o ministro Alexandre de Moraes de canalha.
No inquérito, a PF apontou para a prática de incitação ao crime, associação criminosa e tentativa de impedir o livre do exercício dos Poderes.
Procurado pela Folha, o deputado Zé Trovão não respondeu ao contato da reportagem. Em nota, o jornalista Oswaldo Eustáquio classificou o indiciamento como contínua perseguição política sobre conservadores. “A manifestação de 7 de setembro é a prova real que nunca tivemos objetivo de uma ruptura institucional, já que foi uma manifestação organizada, com liderança e que não quebrou nenhum patrimônio público, não deixou um papel de bala na Esplanada dos Ministérios mesmo com milhares de pessoas a mais que o 8 de janeiro”, declarou ao jornal.
Já o cantor Sérgio Reis afirmou ao portal Uol que não iria se manifestar porque não foi notificado oficialmente do indiciamento. Antônio Galvan também não quis se pronunciar, segundo a reportagem.