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Política
| Em 4 horas atrás

PF indicia Bolsonaro, Braga Netto, Heleno, Ramagem, Valdemar e mais 32 por plano de golpe

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A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito e indiciou na tarde desta quinta-feira (21) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vários ex-integrantes do último governo por abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.  O indiciamento ocorre no inquérito da PF que investiga a tentativa de golpe de estado para manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota para Lula (PT) nas eleições de 2022.

A PF vem investigando a tentativa de golpe de Estado e iniciativas nesse sentido que ameaçaram o país entre 2022 e 2023, após Lula ter sido eleito e depois da posse em janeiro de 2023. O relatório final do inquérito tem mais de 800 páginas e foi concluído no início da tarde desta quinta, conforme nota divulgada.

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A investigação concluiu pela existência de uma organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder.

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Crimes graves

Agora o inquérito segue para o Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe à Procuradoria Geral da República (PGR) denunciar ou não os indiciados ao Supremo. Se a denúncia for aceita no STF, eles se tornam réus e serão julgados.

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Além de Bolsonaro, também foram indiciados pela PF pelos mesmos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa:

  • O general da reserva do Exército Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro e candidato a vice na chapa que perdeu a eleição de 2022;
  • O general da reserva Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • O policial federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin);
  • O ex deputado federal Valdemar da Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), legenda de Bolsonaro.

As penas previstas para esses crimes são:

  • Golpe de Estado: 4 a 12 anos de prisão;
  • Abolição violenta do Estado democrático de Direito: 4 a 8 anos de prisão;
  • Integrar organização criminosa: 3 a 8 anos de prisão.

Provas

A investigação levantou provas ao longo de quase dois anos. Foram realizados com autorização do Judiciário: quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras ações.

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A PF aponta no inquérito que os investigados se organizavam e dividiam tarefas. Isso facilitou que os investigadores individualizassem as condutas e concluíssem pela atuação dos seguintes grupos:

a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;

b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;

c) Núcleo Jurídico;

d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;

e) Núcleo de Inteligência Paralela;

f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

As defesas ainda não comentaram o indiciamento Veja quem são os indiciados:

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Alexandre Castilho Bitencourt da Silva

Alexandre Rodrigues Ramagem

Almir Garnier Santos

Amauri Feres Saad

Anderson Gustavo Torres

Anderson Lima de Moura

Angelo Martins Denicoli

Augusto Heleno Ribeiro Pereira

Bernardo Romao Correa Netto

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Carlos Giovani Delevati Pasini

Cleverson Ney Magalhães

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Fabrício Moreira de Bastos

Filipe Garcia Martins

Fernando Cerimedo

Giancarlo Gomes Rodrigues

Guilherme Marques de Almeida

Hélio Ferreira Lima

Jair Messias Bolsonaro

José Eduardo de Oliveira e Silva

Laercio Vergilio

Marcelo Bormevet

Marcelo Costa Câmara

Mário Fernandes

Mauro Cesar Barbosa cid

Nilton Diniz Rodrigues

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

Rafael Martins de Oliveira

Ronald Ferreira de Araújo Junior

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros

Tércio Arnaud Tomaz

Valdemar Costa Neto

Walter Souza Braga Netto

Wladimir Matos Soares

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.