A segunda-feira (21) foi marcada pelo maior apetite ao risco nos mercados financeiros mundiais. As principais Bolsas subiram, impulsionadas pela alta de mais de 4% do petróleo. O dólar perdeu força frente à maior parte das moedas.
Os preços da commodity dispararam com expectativas de que a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) chegue na semana que vem a um acordo para limitar o excesso de oferta mundial.
O otimismo com um possível acordo foi expressado neste fim de semana pelo Irã, considerado até então um dos principais obstáculos para limitar a produção.
Além disso, o Iraque indicou que fará propostas para que um consenso entre os países seja alcançado, e o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a Rússia está pronta para congelar a produção.
O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 1,85%, aos 61.070,27 pontos. O giro financeiro foi de R$ 10,8 bilhões.
Os papéis preferenciais da Petrobras avançaram 7,30%, a R$ 15,58, e os ordinários ganharam 5,11%, a R$ 17,26.
O Ibovespa foi beneficiado ainda pela alta de mais de 5% da ações da mineradora Vale. Os papéis do setor financeiro também terminaram a sessão no campo positivo, com destaque para a valorização de 7,84% das ações do Banco do Brasil, que anunciou um plano de reestruturação.
O índice foi influenciado também pelo exercício de contratos de opções sobre ações, que movimentou R$ 3,28 bilhões.
Em Nova York, também favorecido pela alta do petróleo, o índice S&P 500 ganhava 0,63%, aos 2.196,7 pontos, atingindo novo recorde histórico de pontuação. O índice Dow Jones avançava 0,37% e o índice de tecnologia Nasdaq, +0,80%, ambos também a caminho de recordes históricos de pontos.
Na Europa e na Ásia, as principais Bolsas também subiram.
O forte avanço do petróleo contribuiu para a valorização de moedas de países emergentes como o Brasil, exportadores de matérias-primas.
O dólar comercial fechou em queda de 1,06%, a R$ 3,3520, e a moeda americana à vista recuou 1,15%, a R$ 3,3483.
Segundo Ignacio Crespo, economista da Guide Investimentos, com a alta dos juros americanos em dezembro 100% precificada pelo mercado, o dólar perdeu forças nesta sessão, o que estimulou o maior apetite dos investidores ao risco.
“Ainda persistem muitas dúvidas sobre como será o novo governo do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, mas os mercados resolveram deixar essas preocupações um pouco de lado”, afirma Crespo.
O Banco Central fez nesta segunda-feira a rolagem de até 20 mil contratos de swap cambial tradicional que vencem em 1 de dezembro, no montante US$ 1 bilhão. A operação equivale à venda futura de dólares.
Com o cenário externo mais favorável, o BC suspendeu os leilões de novos contratos de swap cambial tradicional que vinha fazendo nos últimos dias.
No mercado de juros futuros, as taxas tiveram forte queda, acompanhando a desvalorização da moeda americana.
Folhapress