Ainda sob forte impacto das baixas contábeis feitas ao longo do ano, a Petrobras fechou 2016 com prejuízo de R$ 14,824 bilhões. Foi o terceiro ano seguido com perdas bilionárias em seu balanço -em 2015, o prejuízo foi de R$ 34,836 bilhões.
No quarto trimestre de 2016, a empresa registrou lucro de R$ 2,510 bilhões, provocado pelo aumento das exportações de petróleo e redução das despesas financeiras.
O resultado, porém, foi insuficiente para reverter as perdas de R$ 17,334 bilhões acumuladas nos primeiros nove meses do ano.
No terceiro trimestre, a empresa havia anunciado baixas contábeis de R$ 15,7 bilhões, referentes a efeitos do aumento do risco país, do câmbio e da postergação de alguns projetos.
Em entrevista para detalhar o balanço, o presidente da companhia, Pedro Parente, defendeu que a empresa vem apresentando evolução em seu desempenho operacional, mas que ainda não pode perder o foco em medidas para reduzir o elevado endividamento.
“Pelo sétimo trimestre seguido, apresentamos um fluxo de caixa livre (isto é, a empresa gerou mais dinheiro do que gastou”, disse ele. No trimestre, o fluxo de caixa livre foi de R$ 11,953 bilhões. No acumulado do ano, foram R$ 41,572 bilhões.
O resultado foi obtido com o aumento da produção e das margens de lucro na venda de combustíveis. Mas também sofrem impacto de uma redução nos investimentos, que foram 32% menores do que os realizados em 2015.
Parente citou, entre os avanços, o recorde na produção de petróleo no país, de 2,144 milhões de barris por dia, e o fato de a empresa ter se tornado, ao final do ano, exportadora líquida de petróleo e derivados -o que significa que a empresa vendeu no exterior um volume maior do que comprou.
A geração de caixa medida pelo Ebitda (lucro antes de juros e impostos) foi de R$ 88,693 bilhões, contra R$ 73,859 bilhões no ano anterior.
Beneficiada pela valorização do real frente ao dólar e por pagamentos antecipados de empréstimos, a dívida líquida da companhia caiu de R$ 391,962 bilhões, ao fim de 2015, para R$ 314,120 bilhões. Em dólares, caiu de US$ 100,425 para US$ 96,381 bilhões.
“Preços realistas e produção conforme o previsto, com eficiência operacional e o plano de parcerias e desinvestimentos são os pontos que vão gerar a redução no endividamento”, comentou o diretor financeiro da companhia, Ivan Monteiro.
A Petrobras fechou 2016 com uma receita de R$ 282,589 bilhões, queda de 12% com relação aos R$ 321,638 registrados em 2015. (Folhapress)