Wadih Damous (PT-RJ) falou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) favor do parecer de Zveiter e da admissibilidade da denúncia contra Temer.
“Temos que dar uma satisfação à sociedade. Não podem pairar dúvidas sobre a conduta do presidente, mesmo que seja inocentado no final. Se matarmos a denúncia, desautorizando o STF a julgá-la, estaremos virando costas para o povo brasileiro”, disse.
O parecer será aceito ou rejeitado por maioria dos presentes à sessão. A CCJ tem 66 integrantes. Depois disso, segue para o plenário.
Para que a ação seja aberta pelo STF (Supremo Tribunal Federal), é preciso que 342 dos 513 deputados votem a favor autorização da instauração do processo.
Em reação à fala de Damous, o deputado governista Carlos Marun (PMDB-MS) pediu a palavra e disse: “aprovar o relatório de Zveiter é consumar uma insanidade. Querem afastar do mandato um presidente por delito praticado por seu assessor.”
Ele se referia ao fato de que a denúncia de corrupção passiva contra Michel Temer o atrela ao recebimento de R$ 500 mil pelo ex-assessor Rodrigo Loures.
Segundo a denúncia, Temer era o destinatário final de uma mala contendo a propina e de uma promessa de outros R$ 38 milhões em vantagem indevida, ambas da empresa JBS.
O intermediário das operações foi, segundo a denúncia, Rocha Loures, filmado pela polícia correndo com a mala contendo os R$ 500 mil.
Deputado pelo PSDB, partido que é o principal aliado do PMDB na coalizão de Temer e que tem a quarta maior bancada na Câmara, com 46 deputados, Betinho Gomes (PSDB-PE), defendeu a admissibilidade da denúncia.
“Há, por parte da Lava Jato, exageros e injustiças, mas não podemos deixar de prestar esclarecimentos.”
O partido já havia liberado seus sete deputados membros da CCJ para votarem como quiserem na comissão, sem a obrigação de acompanhar uma decisão partidária.
Uma reunião de mais de quatro horas, na última terça (11), acabou sem uma definição sobre como o partido como um todo vai se posicionar diante da denúncia no plenário -se liberará ou não a bancada.
Paulo Maluf (PP-SP) começou sua fala contra o parecer do relator, Sergio Zveiter (PMDB-RJ), que pediu a aceitação da denúncia contra o presidente Michel Temer.
“É um homem correto, decente, honesto, que está sendo acusado de maneira imprópria”, afirmou, sobre Temer. (Folhapress)