A procuradoria-geral do Tribunal Penal Internacional (TPI), também conhecido como Tribunal de Haia, tem sido pressionada por órgãos internacionais, principalmente da Europa, para que agilize as denúncias contra Jair Bolsonaro. Desta vez, uma petição com mais de um milhão de assinaturas entregue nesta segunda-feira (24), mostra indícios de crimes contra a humanidade por parte do ex-presidente brasileiro por conta da destruição da Amazônia e das ameaças aos povos indígenas.
O grupo é formado pelas entidades Deutsche Umwelthilfe, Avaaz, Bourdon & Associates e AllRise e pede que o Tribunal de Haia inicie o quanto antes uma investigação contra Jair Bolsonaro e seu governo de quatro anos. Este pedido é feito quase dois anos depois, pelas mesmas entidades, que em 2021 apresentaram uma denúncia contra Bolsonaro por crimes contra a humanidade.
Com isso, as denúncias contra o ex-presidente no TPI vão para quatro. As outras três denúncias também foram submetidas sob a mesma justificativa: destruição ambiental e indígena. Os órgãos, inclusive, clamam para que o Tribunal de Haia não foque apenas na crise da Ucrânia, que sofre uma guerra contra a Rússia, e veja a situação do Brasil.
Sobre a petição entregue ao TPI, as mais de um milhão de assinaturas foram coletadas em todo o mundo apoiando a campanha “O Planeta x Bolsonaro”, como informa a Avaaz, que faz parte do grupo responsável pelo documento. “A destruição da Amazônia brasileira afeta diretamente os povos indígenas que vivem e cuidam dessas florestas há séculos. Além disso, devido à incomparável importância destas florestas para o clima do mundo, sua destruição tem consequências globais para a humanidade como um todo”, justifica parte do pedido ao Tribunal de Haia.
Um dos outros pontos destacados pelo documento que leva a petição é de que chefes de Estado, ou ex-chefes como é o caso de Bolsonaro, “dizem uma coisa, mas fazem outra” e que, “um segundo mandato dele [Bolsonaro] traria consequências devastadoras para a humanidade, com um processo ainda mais acelerado de destruição da floresta amazônica”.
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