A Universidade Federal de Goiás (UFG) realiza nesta quarta-feira (27/10), das 8h às 12h, na sede da Comurg, Vila Aurora, em Goiânia, uma ação de testagem para covid-19 em trabalhadores da Companhia de Urbanização (Comurg). Os participantes serão testados utilizando o novo método de diagnóstico com amplificação do ENA do vírus utilizando um microchip. Esta tecnologia foi desenvolvida pelo Grupo de Pesquisa de Biomicrofluidica do Instituto de Química e do Laboratório de Genética Molecular e Citogenética do Instituto de Ciências Biológicas/UFG, que tem a coordenação da professora Gabriela Duarte e Elisângela Lacerda. Os trabalhadores também serão testados utilizando a metodologia PCR-RT.
Os pesquisadores informam ainda que este novo teste, baseado em RT-LAMP, pode ser realizado em apenas 2 horas, já o teste PCR, para se ter uma ideia, leva cerca de 7 horas para apresentar o resultado. O teste também tem outra boa notícia: o preço. Ele é cerca de 40 vezes menor do que a PCR, além de não necessitar de instrumentação cara. “O teste foi otimizado inicialmente com o cultivo de vírus inativado doado pelo Laboratório de Virologia Clínica e Molecular (ICB-USP), por meio do professor Édison Durigon. Em seguida, o teste foi aplicado em amostras reais de pacientes, previamente testadas por PCR em tempo real. Os resultados obtidos com o teste em amostras reais concordaram com o teste considerado padrão-ouro, a PCR. A pesquisa está agora em fase de validação com um número maior de amostras, para que em breve o teste possa ser aplicado para a população”, dia nota da UFG.
As pesquisadoras estão otimistas em relação à esta pesquisa, que, segundo elas, pode superar o tradicional teste da PCR, pois “a metodologia considerada padrão ouro para o diagnóstico da COVID-19, a PCR em tempo real, apresenta algumas limitações que podem ser superadas com o teste desenvolvido pelo grupo da UFG”. Por exemplo, de acordo com esta pesquisa, este teste pode superar a PCR, que tem um óbice que é o impedimento da testagem em massa (em um grande número de pessoas) devido ao alto custo e à instrumentação sofisticada, causando, portanto, a etapa demorada e quase inexequível.
A pesquisa das professoras da UFG também facilita e resolve um outro problema, do teste PCR, que exige “mão de obra altamente qualificada e sua realização tem sido dificultada pela escassez de insumos para PCR devido à grande demanda mundial”.
O teste poderá ser comemorado pela comunidade científica, pois será uma técnica rápida, barata, que exige poucos insumos e poderá tornar o combate à pandemia mais eficaz no Brasil e em outros países.