Durou seis meses a passagem do ex-prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato (Republicanos) na prefeitura de Goiânia. Ele pediu exoneração do cargo de Secretário de Relações Institucionais (SRI), que ocupava desde abril, na quarta, 20. E saiu disparando críticas contra a administração da capital no documento que formalizou o pedido que foi prontamente aceito com a justificativa de que o cargo dele está dentro da Reforma Administrativa.
No pedido de exoneração foram dadas indicações da insatisfação, com a declaração pública de problemas e questionamentos considerados gravess à administração atual. Prontamente, em nota, a prefitura de Goiânia reforçou que se trata de fatos de gestões anteriores.
“Saliento que os motivos que me levaram a tomar tal decisão são de cunho pessoal, mas, não posso deixar de citar os vários procedimentos instaurados pelo Ministério Público, Tribunal de Contas do Município, e os procedimentos de Tomada de Contas Especial, que chegam diariamente à Secretaria Municipal de Relações Institucionais”, diz pedido de exoneração de Ricardo Fortunato.
Em entrevista ao Diário de Goiás, o agora ex-secretário não poupou críticas ao prefeito e a alguns integrantes da cúpula. Ele acusou a administração de falta de transparência, sem apresentar a documentação.
Também disse que há elementos nos documentos e notificações oficializadas na SRI que indicam possível “prática de improbidade administrativa”.
“Não quero me envolver com isso, ou assumir responsabilidade por questões que esta documentação toda mostra”, afirmou. Em seguida, citou, sem aprofundar, problemas relativos à Comurg e à Comdata.
O relacionamento com integrantes da administração foi outro fator apontado para justificar o desligamento e repetiu reclamações feitas por vereadores em outros momentos. Em resposta, o gabinete do prefeito Rogério Cruz informou que as críticas referem-se ao período do Comitê de Ações Prioritárias, que já foi alterado (VEJA NOTA ABAIXO).
“Não há como conviver com uma administração onde quem manda, como se fosse o prefeito, é o seu chefe de Gabinete”, reclamou, citando José Firmino, integrante da gestão e do Grupo de Apoio a Prefeito (GAP). “Ele [Firmino] é quem gere a cidade, quem interfere até na [secretaria de] Finanças, manda em tudo”, alfinetou.
Ricardo Fortunato negou que sua saída tenha qualquer relação com a decisão do Diretório Estadual do Republicanos de reavaliar o apoio a Rogério Cruz.
O presidente do Partido, Hildo Candango chegou a comunicar a saída dos membros da legenda que estejam na prefeitura a partir de sexta-feira, 22, como mostra reportagem do Diário de Goiás.
O ex-SRI, entretanto, era indicação pessoal de Rogério Cruz. Ricardo, inclusive, entrou na Administração Municipal poucos meses depois que seu irmão, Nélio Fortunato, vereador do MDB de Trindade, foi exonerado do cargo de Secretário Municipal de Desenvolvimento Social e Humano.
Coincidentemente, por questões completamente diversas, Nélio teve a cassação do seu mandato de vereador em Trindade confirmada pelo TRE nesta quarta, mesmo dia da exoneração do irmão, como mostra outra reportagem do DG.
A assessoria do prefeito Rogério Cruz enviou uma nota em resposta às afirmações de Ricardo Fortunato no início da noite desta quarta-feira.
– Como a SRI está incluída na reforma administrativa, o prefeito Rogério aceitou o pedido de demissão do secretário de Relações Institucionais e busca nome com competência para assumir a pasta.
– Os contratos sob Tomada de Contas Especiais na responsabilidade da Secretaria de Relações Institucionais se referem a contratos celebrados em gestões anteriores e que a atual administração se dedica para apresentar as informações requisitadas para a conclusão da prestação de contas.
– A administração atua com total transparência junto aos órgãos de controles interno e externo e já forneceu todas as informações necessárias.
– A atuação do chefe de gabinete do prefeito, José Firmino, ocorreu conforme as atribuições mencionadas no Comitê de Ações Prioritárias (CAP), dispositivo já revogado na administração.