A epidemia de Covid-19 afetou fortemente a criação de empregos em Goiás. Em maio, o estado completou o terceiro mês consecutivo com mais demissões que contratações. O período no vermelho coincide com a chegada da doença causada pelo coronavírus Sars-CoV-2 e a imposição de restrições às atividades econômicas para combatê-la.
Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Goiás fechou 4.581 postos de trabalho em maio. Foram 27.567 contratações e 32.141 demissões.
Apesar disso, a queda foi muito menor do que a registrada em abril, quando 20.587 empregos foram eliminados. No período, foram 24.816 admissões e 45.403 desligamentos.
No mês de março, quando foram decretadas as primeiras restrições, a queda foi mais suave. Foram 46.768 contratações e 48.355 demissões, com saldo negativo de 1.587.
Conforme as estatísticas do Caged, 26.755 postos de trabalho foram eliminados em Goiás somente nos primeiros 90 dias do período epidêmico. Antes disso, nos primeiros dois meses do ano, foram criados 19.487 empregos no estado, sendo 7.914 em janeiro e 11.573 em fevereiro.
Serviços e comércio são mais atingidos
O maior tombo do período epidêmico foi no setor de serviços. Foram 15.555 vagas fechadas. O número corresponde a 58%. O comércio é o segundo setor mais atingido, segundo o Caged. Foram 10.571 vagas fechadas em três meses, o que representa 40% do total de empregos eliminados no período.
A construção civil voltou a criar empregos em maio, o que coincide com a flexibilização para as atividades no estado. No entanto, no período da epidemia, o setor tem saldo negativo de 983, o que representa 3,6% do total de vagas fechadas. A indústria também reagiu em maio após resultados negativos em março e abril. Foram 730 vagas criadas. Ainda assim, o saldo do período de epidemia é de 1.418 empregos eliminados (5,2% do total no período).
O único setor que resiste às restrições e segue gerando empregos é a agropecuária. Foram 1.972 postos de trabalho criados, sendo 1.001 em março, 716 em abril e 255 em maio.