O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto-GO), Márcio Andrade acompanha de perto a tramitação da PEC que busca conter o preço dos combustíveis. Apesar de avaliar que o documento não faria milagres na redução dos insumos na bomba, o projeto poderia travar grandes reajustes, o que já contribuiria para evitar mais caos na economia.
“O segmento de combustíveis vê qualquer esforço para redução de preços é importante e bem vindo, não só pro segmento mas para sociedade como um todo. Independente se o consumidor utilizar combustível todos nós somos afetados pelo preço do diesel onde nossa matriz de transporte é basicamente rodoviária”, contextualiza em entrevista ao Diário de Goiás. “Vemos com bons olhos qualquer medida tomada para redução do preço do combustível”, acrescenta.
A PEC “travaria” aumentos iminentes que a Petrobras deverá submeter ao consumidor. “O que é melhor? Permanecermos com o preço mesmo alto como está hoje ou termos mais aumentos?”, questiona. “Acho que contribuí de alguma forma mesmo que o preço permaneça estável. É menos pior do que está hoje”, pondera.
Sob todos os efeitos, Andrade simula um cenário em que o preço do diesel poderia cair 3 centavos na bomba. “Os cálculos dizem isso: por exemplo, no diesel, existe uma defasagem de 70 centavos. Se zerar os impostos hoje, reduziria 73 centavos. Fazendo um balanço aí dá 3 centavos de redução. É significante mas você ter 70 centavos a mais do que é hoje é muito pior para todos nós, para o consumidor, para a economia, para o país, para a inflação”, explica.
Apesar de alguns prefeitos reclamarem da perda de arrecadação, Andrade avalia que o momento é de fazer “sacrifícios” em prol da economia. “Tem um dado divulgado pela Consefaz que a arrecadação sobre combustíveis em Goiás houve um crescimento de 2021 até 2022 de 46%. E agora de 2021 para 2022 já tem mais 43% no incremento da arrecadação. Os governos de federal a municipal, abrirem mão de parte da arrecadação, eu não consigo acreditar que vai fazer falta como alguns falam. Abrir mão de parte disso, você pode ter uma arrecadação ainda maior. Essa é nossa visão com relação a quando se fala a perca de arrecadação e que isso inviabilizaria os governos estaduais e municipais”, explica.