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Economia
| Em 1 mês atrás

PEC 6×1 em Goiás: empresariado contra e trabalhadores a favor

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Rejeitada por boa parte dos empregadores brasileiros, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada para reduzir a jornada de trabalho atual, de 6 dias trabalhados com 1 de folga (PEC 6×1), não é bem recebida pelo segmento empresarial também em Goiás. O Fórum Empresarial deve divulgar uma posição contrária em breve.

Mas a PEC já tem mais de 190 assinaturas e vai tramitar no Congresso Nacional. Além disso, existe uma petição circulando com mais de 1,6 milhão de assinaturas a seu favor. Na sexta-feira (15), haverá mobilização em defesa da proposta na Avenida Rio Verde, em Aparecida de Goiânia (leia ao final).

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Proposta sem contexto, cita integrante do Fórum Empresarial

O presidente da Organização das Cooperativas do Brasil em Goiás (OCB-GO), Luiz Alberto Pereira, ligado ao Fórum Empresarial de Goiás, diz que a PEC está “fora de contexto”. Em entrevista ao jornalista Altair Tavares, editor-chefe do Diário de Goiás, nesta quarta-feira (13), ele disse que o Fórum Empresarial vai assumir em breve uma posição conjunta, situando a proposta como inoportuna. “O Fórum vai ter uma manifestação, vai levar também às outras entidades nacionais”, afirmou.

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Leia também: Saiba o que muda com o possível fim da escala 6×1

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Na entrevista, o presidente da OCB-GO considerou que a medida pode causar efeitos que o setor produtivo não está imaginando. E citou como exemplo o “aumento do custo das empresas e, consequentemente, maior custo dos produtos, e carestia para a população”.

Necessidade de melhor qualidade de vida é reconhecida

Pereira reconhece que é preciso organizar para que os trabalhadores tenham melhor qualidade de vida, “dar alternativas dele poder fazer alguns trabalhos de forma remota quando é possível. Mas não é por aí [com a PEC] que nós vamos resolver isso”, avalia. 

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Por outro lado, para ele a prioridade atualmente é capacitar melhor a mão de obra. “Nós estamos com muita vaga de emprego e muita gente sem capacidade de absorver por falta de capacitação”, frisa. 

Risco de desemprego é citado

Por fim, o presidente da OCB-GO também disse que a PEC “pode levar até a desemprego”, principal apontamento feito pelo patronato de forma nacional.

O presidente da Federação do Comércio, Marcelo Baiocchi já fez análise próxima disso em entrevista ao jornal O Popular esta semana. Ele falou da dificuldade que comerciantes, por exemplo, teriam para manter duas equipes considerando que uma teria de trabalhar nos fins de semana.

CUT está preocupada com “holofote” das redes sociais em detrimento de conversa com Governo Lula

Uma manifestação a favor da PEC 6×1 foi organizada nas redes sociais pelo vereador Fabrício Rosa (PT), mas centrais sindicais como a CUT não estão mobilizadas ainda e olham o conjunto do processo  envolvendo a PEC com certa preocupação.

Do Rio de Janeiro, onde está participando do G20 Social, etapa que antecederá o G20 dos líderes mundiais nos próximos dias, o presidente da CUT-GO, Flávio Alves Silva, falou nesta quarta com o DG sobre a forma como a proposta foi apresentada, e lamentou os desdobramentos.

“Historicamente as centrais sindicais sempre defenderam a redução da jornada, mas sem redução de salários e agora estamos vendo um risco dessa proposta ser derrotada sem uma discussão prévia com o governo [federal]”, explicou ele. Flávio lembra que o atual presidente da República foi o fundador da CUT. “Lula certamente é favorável a essa PEC”, pontuou.

Para Flávio, o clamor em defesa da proposta, originalmente apresentada pela deputada federal Érica Hilton (PSOL-RJ) está no âmbito das redes sociais, onde a pressão maior está concentrada hoje “dando holofote para muitos, enquanto a PEC está fadada ao fracasso no Congresso Nacional se não for trabalhada direito, se não convencer a classe empresarial. Nosso congresso é conservador, com uma maioria de centro-direita”, avalia.  

Por outro lado, ele disse que as Centrais estão mantendo apoio à PEC e rebatendo argumentos do empresariado como risco de desemprego. “Isso [a redução da jornada] já está acontecendo no mundo. A Alemanha já está reduzindo de quatro dias trabalhados para três. A discussão e o fato estão muito mais avançados. Isso de desemprego é [um argumento] falso. Vai ter é ganho de qualidade. Eles precisam ver a realidade dos países que já reduziram”, concluiu.

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Marília Assunção

Jornalista formada pela Universidade Federal de Goiás. Também formada em História pela Universidade Católica de Goiás e pós-graduada em Regulação Econômica de Mercados pela Universidade de Brasília. Repórter de diferentes áreas para os jornais O Popular e Estadão (correspondente). Prêmios de jornalismo: duas edições do Crea/GO, Embratel e Esso em categoria nacional.