O atual prefeito de Goiânia e candidato à reeleição, Paulo Garcia (PT), lidera, com tranquilidade, todas as pesquisas eleitorais divulgadas nos últimos dias. Os números indicam sua vitória no primeiro turno, o que deveria significar uma campanha tranquila sem polarização nos debates. Deveria, mas não é o que está acontecendo. O petista tem partido para briga, aceitando as provocações de um adversário praticamente derrotado.
A estratégia política de Paulo apresenta-se distorcida, em relação às expectativas naturais para situações como essa. Um candidato com aproximadamente 30 pontos percentuais de vantagem teria a liberdade para não se preocupar. A postura esperada seria de cautela, em relação às críticas da oposição, que normalmente não teriam respaldo diante de sua liderança e acabariam perdidas no vazio.
Nas redes sociais e nos debates, porém, o prefeito tem assumido a função de guerrilheiro. Pronto para o ataque. Uma batalha contra desfalecidos, em que o primeiro lugar parece pouco. A equipe de campanha do petista tem trabalhado para desqualificar Jovair Arantes (PTB). Método normalmente utilizado por quem está perdendo.
Propagandas em rádios e televisões mostram o envolvimento de Jovair com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, aponta os erros das propostas eleitorais do adversário, dentre outros. As críticas estão superando a autopromoção e as propagandas da atual administração.
O objetivo parece ser uma vitória mais que avassaladora. O enfraquecimento da oposição, colocando em risco a estabilidade da campanha eleitoral, pode ser um investimento para 2014. Pode ser. Especulação. Pois, além desta possibilidade, fica difícil entender o comportamento do grupo político de Paulo Garcia.
A não ser que valha agora aquele velho conceito da política que diz há quem queira ter razão e quem queira ganhar eleição. Paulo Garcia quer os dois. Normalmente isso não dá certo, mas ajuda o fato de que esta é uma eleição sem adversário.