Deveria ser uma prestação de contas, mas acabou sendo uma sabatina sobre outros assuntos da administração municipal. Entre os questionamentos, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT) respondeu sobre greve nas áreas de educação e saúde, contratos de empresas com a prefeitura, conselhos tutelares, administração pública.
Servidores que estavam nas dependências da Câmara Municipal de Goiânia também tiveram oportunidade de questionar o prefeito. No total, 63 perguntas foram feitas pelos funcionários públicos.
As galerias do plenário da Câmara Municipal estavam completamente lotadas. Houve ordem da presidência da Casa para manter a porta fechada, à medida que iam surgindo vagas, era orientado que o local fosse aberto, e assim ocorreu até o final da prestação de contas.
Funcionários da área da educação ocuparam boa parte das galerias da Câmara Municipal. A todo tempo, os servidores gritaram palavras de ordem contra o prefeito. O ambiente foi tumultuado. Paulo Garcia a todo instante era vaiado pelos servidores que estão em greve.
Durante a prestação de contas nenhum vereador da base ousou fazer a defesa do prefeito Paulo Garcia. Desta forma, os parlamentares da base fizeram os questionamentos que queriam. Poucos foram realizados a área de finanças propriamente, motivo principal da ida do prefeito ao legislativo.
“O prefeito vem aqui dizer que Goiânia está tudo tem. Se não tem problema nenhum porque a educação está em greve, a saúde está em greve, porque a iluminação pública não funciona, porque as ruas estão esburacadas ? Eu acho que a primeira coisa que o prefeito deveria fazer era reconhecer os problemas, ter um pouquinho mais de humildade, Goiânia está vivendo uma situação de caos”, afirma o vereador Elias Vaz.
Por parte do funcionalismo público o questionamento mais destinado ao prefeito Paulo Garcia, foi relativo à Data Base. Em alguns momentos foi ressaltado pelo chefe do executivo que gostaria de discutir no fórum apropriado e não no momento da prestação, já que estava ali para falar das contas do último quadrimestre do ano passado.
Ao responder questionamentos de um servidor da saúde, o prefeito Paulo Garcia argumentou que sempre esteve aberto ao diálogo com os servidores.
“Só pessoalmente comigo, os diretores do Sindsaúde estiveram por duas vezes nos últimos dias. Primeiro numa reunião do Fórum Sindical e outra vez no meu gabinete, inclusive com a participação dos dirigentes. Nós temos registros destas reuniões. Talvez isto não tenha chegado até a base”, afirma o prefeito.
Em um determinado momento, foi enviada uma pergunta por um servidor de que o prefeito Paulo Garcia estaria construindo um hospital particular na cidade de São Paulo. Paulo Garcia argumentou que é uma colocação falsa.
“Isso é uma brincadeira de mau gosto. Minha atividade profissional pessoal foi paralisada assim que aconteceu o processo eleitoral de 2008, quando fui eleito vice-prefeito. Nunca foi proprietário de nenhuma empresa na área de saúde. Até meu consultório era alugado. O fechei. Abri mão do meu vencimento na Universidade Federal de Goiás. Se nós soubéssemos quem era eu iria processar por calúnia e difamação”, descreveu o Paulo Garcia.
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(Em instantes mais detalhes)