O pastor Itamar Paim (PL-PR) será o substituto de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) enquanto ele continua com o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Paim, que é do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro e que até então tinha ficado como suplente, ganha a cadeira na Câmara dos Deputados, por que o Podemos mesmo com os votos de Dallagnol, não conseguiu atingir a quantidade de votos necessária, que é equivalente a pelo menos 10% do quociente eleitoral, para colocar alguém da legenda em seu lugar.
Deltan, que por unanimidade do TSE teve o mandato cassado na terça-feira (16), havia sido eleito o deputado federal mais votado do Paraná nas eleições de 2022, com 344.917 votos, estes que foram para seu partido. Mas, conforme explicou o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), o segundo nome mais escolhido do Podemos no estado conseguiu 11.925 votos, e deveria ter tido, no mínimo, 20.128 votos.
“Em decorrência dos dispositivos legais foi considerado eleito, portanto, Itamar Paim”, informou o TRE-PR. Itamar Paim Pruch nasceu em Paranaguá (PR), é casado, tem dois filhos e é formado em teologia. Pastor há mais de 23 anos, faz parte da 59ª Igreja do Evangelho Quadrangular. É coordenador nacional de Células da Igreja do Evangelho Quadrangular.
A sua disputa nas eleições de 2022 foi sua primeira e, apoiando Bolsonaro, recebeu 47.052 votos, assegurado vaga como 1° suplente a deputado federal. Além disso, durante sua campanha, o pastor se colocou contra “ideologia de gênero, aborto, legalização das drogas, doutrinação nas escolas e perseguição religiosa”. Também apoiou o governador reeleito do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).
Enquanto Itaim é substituto de Deltan Dallagnol, o ex-procurador pode recorrer da decisão ao próprio TSE e ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas perdeu o mandato de forma imediata. Em entrevista coletiva, ele afirmou que a Corte fraudou a lei e a Constituição para puni-lo.
“O Tribunal Superior Eleitoral disse que eu fraudei a lei, mas foi o Tribunal Superior Eleitoral que fraudou a lei e a Constituição ao criar uma nova inelegibilidade contra a lei e contra o que diz a Constituição”, disse, destacando que a Corte teria “invertido a presunção de inocência” e transformado-a em “presunção de culpa”, disse.
O recurso contra Dallagnol foi apresentado pela federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) no Paraná e pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN).