Publicidade
Categorias: Cidades
| Em 8 anos atrás

Passagem será vendida dentro dos ônibus a R$ 5,50

Compartilhar

Publicidade

Começa a ser vendido no próximo dia 15, o cartão Sit Pass Expresso. A ideia é atender o usuário do transporte coletivo que não tem Sit Pass no momento do embarque e acaba ocupando espaço na parte da frente do ônibus. O valor cobrado não será de R$ 3,70, valor da passagem, mas sim R$ 5,50. O motorista é que ficará responsável pela venda. As empresas alegam que haverá reembolso, mediante a devolução do cartão e o cidadão não será prejudicado. Usuários consultados pelo Diário de Goiás reprovaram a medida.

Publicidade

O serviço

Publicidade

Com o fim do Sit Pass de papel, o cidadão para andar de ônibus em Goiânia precisa ter o Cartão Fácil. Para isso há a necessidade de cadastrar o número do CPF no cartão. De acordo com a gerente do Sit Pass, Flávia Tillmann, 1% dos usuários não adquirem a passagem antes de embarcar.

Segundo ela, a quantidade de pessoas que fica na parte dianteira do ônibus, que não passa pela catraca, pelo fato de não estar com o Cartão Fácil acaba atrapalhando o usuário que já tem a passagem em mãos. O público alvo é este tipo de usuário. A argumentação é para evitar que ocorra aglomeração na frente do ônibus.

Publicidade

O usuário vai pagar mais caro: R$ 5,50. Flávia Tillmann explicou que não é obrigatório e que depois a pessoa que decidir por comprar do motorista o cartão Sit Pass Expresso poderá pedir um reembolso de R$ 1,80 em qualquer posto de venda do Sit Pass, na grande Goiânia.

“O cartão veio para atender os usuários que ficam na frente do ônibus. A aglomeração atrapalha aquele usuário que já tem o cartão fácil. Ele custa R$ 5,50, mas a pessoa pode receber o reembolso assim que desembarcar”, argumentou.

A gerente do Sit Pass foi questionada pelo fato de vender a passagem mais cara. A argumentação dada a reportagem é que o usuário não é obrigado a adquirir o produto e caso não tenha o Cartão Fácil poderá continuar embarcando na parte da frente até chegar num terminal ou em local que consiga passar para o outro lado.

O Procon Goiás foi consultado pela reportagem do Diário de Goiás e foi destacado que a iniciativa é legal, mas há algumas ressalvas. De acordo com a gerente de atendimento ao consumidor do órgão, Rosania Nunes, pelo fato de não haver obrigatoriedade do usuário adquirir o Cartão Sit Pass Expresso e ainda pelo reembolso.

A gerente destacou que deve ser observada a forma de reembolso. Se o usuário tiver dificuldades para ter a devolução do dinheiro, poderá acionar o Procon Goiás. Outra ressalva feita é em relação ao troco. Se tiver problemas, o usuário também pode procurar ajuda do órgão de defesa do consumidor.

O serviço começa no próximo dia 15 em caráter experimental, nos terminais: Maranata, Recanto do Bosque e Nerópolis. A escolha foi uma decisão das empresas de forma aleatória. Depois existe a previsão para que o cartão seja comercializado em outras áreas da região metropolitana de Goiânia.

No mês de março, o consórcio da Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) tentou uma venda alternativa de passagens, por meios de aplicativo denominado Recarga Agora. O serviço foi suspenso a época, pois foram realizados questionamentos por parte do Procon Goiás e do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) devido à cobrança de um valor adicional, de 5%, relativo a uma taxa de conveniência a uma operadora de cartão de crédito.

O motorista

Em fevereiro de 1998 foi implantado em Goiânia, um novo sistema de passagem. Cobradores de ônibus foram substituídos por máquinas. Um dos argumentos era que teria reflexos positivos na segurança dos usuários. Naquela época, foi decidido banir qualquer tipo de transação monetária dentro dos ônibus locais e implementar um sistema pioneiro de transporte público com o uso de passagens no Brasil.

18 anos depois, a venda a bordo volta, desta vez sem presença da figura do cobrador mas sim do motorista. Além de observar o trânsito da grande Goiânia, que não é tarefa simples, as pessoas que sobem e descem dos veículos, a assistência ao cadeirante e demais pessoas com mobilidade reduzida, liberar catraca para estudantes, para pessoas que tem o passe livre, agora terá mais esta atribuição, a venda a bordo.

A promessa das empresas é de que os motoristas terão ganho nas gratificações e de que eles já receberam treinamento para a execução de mais uma função no transporte coletivo.

Reprovação

A reportagem também ouviu o usuário do transporte coletivo. As pessoas consultadas reprovaram a ideia. O professor Hildevan Araújo, argumentou que a medida em nada beneficia quem anda de ônibus, pois paga por um transporte caro, com qualidade questionável. Para ele os motoristas já têm muitas atribuições, mais uma coloca em risco o trabalho deles e ainda pode provocar atrasos nas viagens. Ele fez um desafio.

O motorista já têm muitas atribuições. Poderia colocar os patrões deles para fazer as funções. É inviável, vai prejudicar e provocar atrasos nas viagens”, destacou.

Já a funcionária pública Lilian Silva, avaliou que o problema pode ser no troco a ser dado. Ela acredita que nem sempre os motoristas terão troco para devolver as pessoas. Além disso, ela dúvida da agilidade do reembolso de R$ 1,80.

Pontos de venda

Questionada se não seria melhor aumentar a quantidade de pontos de recarga do Cartão Fácil, a gerente do Sit Pass, Sit Pass, Flávia Tillmann alegou que esta avaliação é feita constantemente e destacou que há cerca de 2 mil pontos de venda Sitpass, 41 bilheterias nos terminais de integração, 66 máquinas de autoatendimento e vendas via internet, que são suficientes para atender a demanda.

A gerente do Procon Rosania Nunes explicou que o órgão já recebeu reclamações dos usuários do transporte coletivo quanto a falta de locais para recarregar o Cartão Fácil ou adquirir a passagem de outra forma. Foi instaurado um Processo de Investigação Preliminar contra o Sindicato das Empresas de Transporte (SET). Foi realizado um trabalho por amostragem em 200 pontos de vendas e os dados ainda estão sendo avaliados pelo Procon.

Campinas, cidade situada no interior de São Paulo que também tem o sistema eletrônico de venda de passagens, aboliu em 31 de março de 2015 a venda a bordo para o usuário que não tem o cartão de passagens, similar o cartão fácil. Lá foi criado o bilhete de uma ou duas passagens para pessoas que são de outras cidades ou que por algum motivo não tem ou não está com o cartão de passagens. Os bilhetes são vendidos em diferentes pontos comerciais da cidade.

Publicidade