O partido da candidatada derrotada a presidência da República em 2018, Marina Silva, Rede Sustentabilidade (Rede) ingressou na última quarta-feira (27/03) com uma ação popular na Justiça Federal para impedir que a União, por meio do Ministério da Defesa e das Forças Armadas, participe de qualquer tipo de evento que exalte e celebre o que o partido trata como “golpe militar”. “O ato lesa o patrimônio público brasileiro, tanto no aspecto moral e histórico, como no econômico”, diz a publicação.

O presidente Jair Bolsonaro, capitão da reserva do Exército Brasileiro, tenta contar um “outro lado” e revisionar a história dos eventos que aconteceram em 1964. Ontem (27/03) em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, ele voltou a afirmar que não houve ditadura no Brasil. “Regime nenhum é uma maravilha. E onde você viu uma ditadura entregar o governo de forma pacífica? Então, não houve ditadura”, afirmou.

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Além de forte repressão contra aqueles que não compactuavam com o militarismo. O período foi marcado por torturas e execuções sumárias. Diversos parlamentares tiveram seus mandatos cassados e o Congresso Nacional foi fechado. Uma das maiores características por trás da ditadura também foi censurar a imprensa. Estima-se que durante o período mais de 8 mil indígenas foram executados. 434 suspeitos de dissidência foram desaparecidos e muitos deles permanecem assim até hoje. Calcula-se que 30 a 50 mil pessoas foram presas ilicitamente ou torturadas.

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A nota da Rede ainda diz que “o evento que o presidente da República busca `celebrar´ atinge de forma aguda a moral do povo brasileiro, uma vez que enaltece fatos históricos que na verdade só devem ser lembrados com o claro objetivo de nunca mais serem repetidos, atingindo de forma contundente o patrimônio moral da sociedade brasileira, ao exaltar um regime manifestamente violador de direitos e garantias fundamentais, em uma tentativa absurda de reescrever as páginas da história.”

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Também a nota caracteriza que a ação do Governo em relembrar os eventos de 1964 e comemora-los é um “completo descompasso com os preceitos republicanos estabelecidos na Constituição Federal”.

Apesar da votação vexatória nas eleições de 2018, Marina Silva continua se posicionando contundentemente nas redes sociais em críticas ao atual governo, principalmente em questões ambientais. 

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