O policiamento comunitário foi peça importante para a prisão de integrantes da quadrilha que tentou assaltar um carro-forte na Avenida T-9, na manhã desta terça-feira (28), em Goiânia. A integração sociedade-polícia funcionou neste caso. Ao ver as imagens de veículos utilizados pelos bandidos durante a fuga após a frustrada tentativa, um morador do Jardins do Cerrado VII perceberam que havia uma movimentação estranha na região e enviou mensagem a Polícia Militar pelo aplicativo Whatsapp da 29ª CIPM (9968-4746). Os policiais foram até o local informado e efetuaram a prisão de parte do bando.
Segundo o comandante da 29ª Companhia Independente da PM (CIPM), major André William de Paula Souza, duas pessoas foram presas em um apartamento alugado. O imóvel era utilizado para finalidades ilícitas. No local havia apenas um colchão.
– “Moradores que fazem parte da polícia comunitária nos informou que elementos em atitude suspeita estavam com carros parecidos com os utilizados no confronto estavam circulando pelo setor. Então determinei o deslocamento imediato das viaturas, pedi apoio do Graer. Ao chegar ao apartamento, encontramos os suspeitos”, afirma o major.
Após o crime, que aconteceu por volta das 9h de ontem, dois suspeitos conseguiram fugir em um Honda Fit que tinha placas clonadas. Ao receber a denúncia de populares, assim que a polícia chegou ao esconderijo, eles ainda tentaram fugir, mas sem sucesso. Acabaram revelando que outros integrantes do grupo estavam no Bairro Montreal Goianira. Lá três pessoas foram presas. Os demais integrantes do bando, foram encontrados nos bairros Jardim América e Buena Vista I, em Goiânia.
Dos suspeitos que participaram da ação, quatro eram de Goiás e seis da Bahia. Dois morreram durante a tentativa de assalto e um está internado no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO). Eles foram autuados por roubo e serão levados para a Casa de Prisão de Provisória de Aparecida de Goiânia.
Dos criminosos, dois são do regime semiaberto, Givaldo Pereira da Cruz, que foi morto no confronto com vigilantes, e Wilson Joaquim Ribeiro dos Santos. Eles tinham passagens por roubo, extorsão, homicídio e tráfico de drogas. Givaldo era baiano, mas já atuava em crimes em Goiás desde o início da década de 1990.
Os outros baianos são: Erisvaldo Conceição Santos, o outro bandido morto durante o assalto, Antônio Élcio da Silva Cruz, que foi baleado e está no HUGO; Feliciano Abade dos Santos, Luiz Gomes de Lima, Érica Soares dos Santos. Todos já tinham passagens na polícia por crimes como roubo, associação criminosa, tráfico de drogas e extorsão.
Já os goianos são: Edson Vieira da Silva, Eduardo Santana da Silva e Jaqueline Gomes Xavier Porto. Eles também possuem passagens.
O chefe do Grupo Antirroubo a Bancos da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (DEIC), Alex Vasconcelos, explicou que os suspeitos planejavam a ação há pelo menos dois meses.
– “Eles se reuniram em dezembro do ano passado em Goianira, com o Givaldo, que tinha o planejamento de assaltar um carro-forte no momento em que ele estivesse abastecendo um banco”, destaca o delegado.
Alex Vasconcelos destacou que, desde então, o grupo tentou identificar qual o melhor local para abordagem do carro-forte. Na última segunda-feira (26), um dia antes da ação, eles estiveram no local na tentativa de encontrar o veículo, mas não obtiveram sucesso, por isso retornaram no dia seguinte.
Além do apartamento no Jardim do Cerrado VII, os bandidos ainda alugaram outro imóvel na cidade de Goianira.
Quanto ao armamento usado e as duas bombas deixadas no local do crime, o delegado informou que o objetivo era intimidar os seguranças do carro-forte, caso eles tentassem fechar o veículo. Foi destacado que os criminosos não pretendiam explodi-los. Eles acreditavam que as armas, a maioria de calibre 38, seriam suficientes para abordar os vigilantes, já que eles não tinham a intenção de violar o carro-forte.
O delegado ressaltou que os criminosos agiram de forma ousada, mas ao mesmo tempo amadora.
– “Eles foram ousados e amadores, em parte, já que alguns já tinham envolvimentos em crimes violentos. Mas eles acabaram realizando uma ação frustrada, apesar do planejamento”, destaca.
Sobre a atuação dos seguranças do carro-forte, que revidaram e mataram dois suspeitos, o delegado reforçou que agiram em legítima defesa. Eles deverão ser ouvidos pela Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH).
A polícia apreendeu com a quadrilha nove armas de fogo, sendo oito revólveres calibre 38 e uma pistola calibre 380. Quatro carros também foram apreendidos, incluindo o Honda Fit usado no assalto.
O crime aconteceu na manhã desta terça-feira (27), na Avenida T-9 e terminou com dois suspeitos mortos e um baleado por seguranças do carro-forte, que reagiram ao assalto. No total, cinco bandidos participaram da ação. Outros cinco deram apoio para a guarda dos armamentos usados no crime e durante a fuga.
No momento do crime, os suspeitos portavam duas bombas, que seriam usadas para explodir os lacres dos malotes. Os materiais foram abandonados no local do crime. O Grupo Antibombas da PM foi acionado e isolou a área para a retirada dos explosivos com segurança.