O Parlamento do Egito aprovou por unanimidade nesta terça-feira (11) um estado de emergência de três meses, dois dias após os ataques a bomba em igrejas que deixaram ao menos 45 mortos.
O estado de emergência nacional foi declarado pelo presidente Abdel Fattah al-Sisi no domingo (9), após os ataques, mas precisava da aprovação do Parlamento de acordo com a Constituição.
O fim da lei de emergência foi uma demanda chave durante a revolta de 2011 que tirou do poder o ex-presidente Hosni Mubarak, que tinha imposto um estado de emergência de 30 anos para derrotar a oposição. A lei foi suspensa depois que Mubarak deixou o poder, mas foi reimposta temporariamente nos anos seguintes.
O estado de emergência deve expandir os poderes das forças de segurança. Há receio entre ativistas de que isso leve a um recrudescimento ainda maior no país, onde as liberdades individuais têm minguado, segundo organizações de defesa dos direitos humanos.
O primeiro ataque no domingo ocorreu na igreja de Mar Girgis, na cidade de Tanta. Pouco depois, um homem-bomba se explodiu diante da catedral de São Marco, em Alexandria, na costa mediterrânea.
Os atentados foram reivindicados pela organização terrorista Estado Islâmico, que tem uma filial no Egito e declarou uma campanha de perseguição contra os cristãos coptas, que representam cerca de 10% da população do país.
Os ataques contra igrejas no Egito coincidem com a visita do papa Francisco, prevista para o fim deste mês, o que deve colocar a tensão sectária e a capacidade do aparato de segurança ainda mais em foco. (Folhapress)