Brasília – Em depoimento à Polícia Federal, parte dos parlamentares do PP, investigados na Operação Lava Jato, negou conhecer o doleiro Alberto Youssef, delator da Operação, e afirmaram que ele quis “sacrificar” o partido ao citar dezenas de políticos da legenda como envolvidos no escândalo de corrupção. O termo foi usado pelo deputado Sandes Júnior (PP-GO) em depoimento prestado em maio aos investigadores e integra o inquérito que apura suposta formação de quadrilha e corre perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
O senador Gladson Cameli (PP-AC) atribuiu a menção pelo doleiro a diversos parlamentares do partido como um “ato de desespero”. Em depoimento à PF e à Procuradoria-Geral da República (PGR), o senador afirmou que nunca tinha ouvido falar de Youssef até a deflagração da operação Lava Jato – mesmo argumento usado por outros investigados.
Por outro lado, dois políticos afirmaram conhecer Youssef dentro da sigla pelo apelido de “primo”. O deputado Waldir Maranhão (PP-MA) disse que em 2011 recebeu a recomendação de falar com uma pessoa conhecida como “primo” para apoio à sua candidatura a líder do PP na Câmara. Somente após a deflagração da Lava Jato veio a saber que o “primo” era Youssef.
O deputado Arthur Lira (PP-AL) afirmou aos investigadores que marcou uma reunião com o ex-deputado José Janene (PP-PR) – morto em 2010 – para tratar de doações eleitorais e, ao chegar ao local do encontro, foi recebido por uma pessoa que se apresentou como “primo”, que veio a saber posteriormente que se tratava de Alberto Youssef.
(Estadão Conteúdo)