O presidente estadual do PSD, Vilmar Rocha, acredita que o Brasil vive, no governo de Jair Bolsonaro, a maior ameaça ao sistema democrático desde a gestão de Fernando Collor, no início dos anos 90.
O dirigente partidiário lançou nesta segunda-feira (14) um livro no qual discorre sobre o Estado Democrático de Direito no país e analisa os riscos pelos quais o sistema vem passando num contexto global. Ao DG, ele afirmou que a retórica populista e a tendência autoritária de Bolsonaro são uma ameaça.
“Houve aquele período do Collor, que também tinha uma visão autoritária e populista, mas ele ficou só dois anos, então não houve ruptura. De lá para cá, o período mais grave que enfrentamos é agora. Se as instituições não tivessem reagido, o presidente Bolsonaro, que tem uma formação autoritária e populista, teria atingido a democracia e as instituições do país”, avaliou. “O Supremo, o Congresso e as instituições do Estado resistiram. Ele recuou, se dobrou. Ele tentou, mas não conseguiu”, completou.
Para Rocha, a democracia brasileira, que se constituiu há 32 anos, com a promulgação da Constituição de 88, está maturando, apesar dos ataques. “Estamos, aos trancos e barrancos, consolidando a democracia no país, que é fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas. As instituições estão consolidando (a democracia) e estão sendo prestigiadas pela sociedade”, disse.
Vilmar Rocha citou a posição do STF na última semana, que vetou a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre na Câmara dos Deputados e no Senado, respectivamente, como um fato importante para o sistema democrático. Para ele, se fosse dado aval para ambos concorrerem outra vez, “seria uma quebra do Estado Democrático de Direito, uma afronta à Constituição”, destacou.