O presidente Michel Temer minimizou nesta quinta-feira (20) a redução da perspectiva de economia com os recuos do governo peemedebista no texto final da reforma previdenciária.
Segundo ele, as mudanças feitas pelo relator, Arthur Maia (PPS-BA), diminuíram em “pouca coisa” a estimativa da equipe econômica de redução do deficit, que continua a ser uma “redução substanciosa”.
Sem as alteração, a equipe econômica estimava uma economia de R$ 800 bilhões no período de dez anos. Segundo o presidente, com as alterações, caiu para um valor de “R$ 600 bilhões ou R$ 580 bilhões”.
De acordo com ele, os ajustamentos estão sendo feitos para permitir que a reforma previdenciária seja aprovada tanto na Câmara como no Senado.
“Eu vejo muita preocupação com os eventuais prejuízos que decorrem dos ajustamentos. Com as adequações que foram feiras, a redução do deficit passa a ser de R$ 600 bilhões ou R$ 580 bilhões.. Vale a pena reduzir um deficit ou não fazer nada? Diminuiu pouca coisa”, disse.
O presidente preferiu não estimar um placar para a votação da reforma no plenário da Câmara e também minimizou traições de partidos como PSB e PRB na votação nesta semana da urgência da reforma trabalhista.
Ele disse, no entanto, que examinará no futuro se eles perderão espaço na Esplanada dos Ministérios caso não votem segundo a orientação do Palácio do Planalto na reforma previdenciária.
“Não sei, isso vamos examinar no futuro. Mas o nosso ministro do PSB tem a melhor qualificação e feito um trabalho excepcional em Minas e Energia. O PSB é sensível àquilo que é necessário ao país e, pouco a pouco, vai trazendo os votos. Não tenho dúvidas em relação a isso”, disse.
Segundo o presidente, a gestão peemedebista discute permanentemente a relação com os partidos da base aliada e o que importa, na verdade, é a aprovação final em plenário.
“Nós discutimos permanentemente, o que mais faço é dialogar. Então, estamos dialogando com todos os partidos. Não pense que em um só partido tem problema. Há em vários, vamos dialogando e o importante é que tenhamos a vitória”, disse.
De última hora, o relator reduziu no texto apresentado a idade mínima para a aposentadoria das mulheres que são trabalhadoras no campo e tornou válidas as regras para os trabalhadores rurais em regime de economia familiar.
Outra mudança feita de última hora na aposentadoria rural foi a exigência de um tempo de contribuição de 15 anos, mesmo patamar que vale atualmente. O governo queria exigir 25 anos e, nesta terça, o relator havia dito que ficaria em 20 anos. (Folhapress)