O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, reagiu nesta terça-feira (18) ao convite feito pelo presidente Michel Temer para que dissidentes do partido ingressem no PMDB.
Segundo ele, o episódio demonstra que, diante de uma crise política, o peemedebista está mais preocupado em “salvar a própria pele” do que com os problemas do país.
“O presidente saiu dos seus afazeres presidenciais para fazer articulações políticas, o que mostra que a preocupação dele não é com os problemas do país, mas em salvar a própria pele”, disse.
Para ele, ao visitar a líder do PSB, Tereza Cristina (MS), na manhã desta terça-feira (18), o peemedebista “não agiu como presidente da República, mas como chefe de partido”.
Como a Folha de S.Paulo mostrou, o peemedebista foi à residência da parlamentar para sondar os movimentos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e para convidar a ala rebelde do partido a ingressar no PMDB.
A agenda secreta, que só foi incluída na agenda presidencial após a descoberta do encontro pela imprensa, teve como objetivo evitar que os dissidentes migrassem para o DEM, movimento que fortaleceria o partido de Maia, primeiro na hierarquia da Presidência.
Após a revelação do encontro, o presidente rediscute viajar para Pernambuco, principal reduto eleitoral do PSB, nesta quarta-feira (19). A tendência é de que ele passe a viagem para a próxima semana.
O discurso oficial é de que ainda faltam fechar detalhes para o lançamento do programa Cartão Reforma, que seria feito em Caruaru (PE) como um afago ao ministro Bruno Araújo (Cidades), do PSDB.
Nos bastidores, no entanto, assessores e auxiliares presidenciais reconhecem que o episódio causou “mal-estar” com a cúpula nacional do PSB e que inviabilizou a viagem do presidente.
Nas palavras de um aliado, se a relação de Temer com o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), não estava boa, “agora piorou ainda mais”. (Folhapress)