O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, disse nesta segunda-feira (21) ver “condições estruturais” no país para uma queda de juros. Ele é um dos 96 integrantes do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o Conselhão, que se reúne nesta segunda pela primeira vez desde que Michel Temer assumiu a Presidência da República.
“Tem condições estruturais de uma queda de juros. Está sinalizando para patamares bem confortáveis”, afirmou em entrevista antes da reunião.
Para o presidente do Bradesco, a política econômica do governo de Donald Trump nos Estados Unidos deve estreitar a “janela de ajustes” do Brasil.”A política de juros baixos no Brasil ajuda o equilíbrio brasileiro. A perspectiva de uma mudança na política americana no governo Trump faz com que nossa janela (de ajuste) possa ficar mais estreita. A grande palavra de ordem é estabelecer senso de urgência em tudo o que for necessário”, afirmou.
Trabuco também defendeu as reformas propostas pelo governo, como a da Previdência.
“Os dados de realidade, principalmente o nível de desemprego, o nível da desaceleração, acho que isso é uma consciência plena. Evidentemente que, aqueles que ainda duvidam disso, é só avaliar os dados da economia, a economia fraca”, afirmou o presidente do Bradesco.
Trabuco disse que, nos últimos meses, os níveis de “esperança e confiança” no governo aumentaram, mas cobrou resultados. “Precisamos, agora, ter capacidade de entrega”, afirmou.
“As variáveis sinalizam que o pior está ficando para trás. Agora, evidente que a gente vai enfrentar 2017 com grande desafio que é o desafio do crescimento. Encontrar os motores do crescimento acho que é o grande desafio que a sociedade tem, junto com o governo, para encontrar a retomada. Sem uma retomada através do investimento privado, a gente não vai ter um ciclo de geração de emprego”, disse Luiz Carlos Trabuco.
MEDIDAS AMARGAS
Em discurso já durante a reunião, o publicitário Nizan Guanaes defendeu que o governo federal adote medidas “amargas” e “impopulares” para a recuperar o crescimento da economia nacional.Segundo ele, é fundamental a flexibilização das regras trabalhistas, como a proposta da terceirização, e a elaboração de iniciativas que estimulem a competitividade nacional.”Não temos mais condições de viver com essa carga fiscal”, reclamou.