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Categorias: Brasil
| Em 7 anos atrás

Para Planalto, decisão do STF é revés para toda a classe política

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O voto da ministra do STF (Supremo Tribunal Federal) Rosa Weber, confirmando a rejeição ao habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pegou de surpresa o presidente Michel Temer. 
A expectativa dele era que o resultado final garantisse ao petista recorrer até a última instância antes da decretação de sua prisão. 
Com a confirmação do voto da ministra, que era considerado o decisivo para o desempate, assessores e auxiliares presidenciais começaram a traçar ainda na noite de quarta-feira (4) cenário pessimista. 
A avaliação, feita em caráter reservado, foi a de que o resultado não representa um revés apenas para o petista, mas para a classe política em geral.
Com a decisão contra Lula, a aposta é de que o Poder Judiciário será cobrado a partir de agora a atuar com o mesmo rigor em relação a outras autoridades, sobretudo no rastro da Operação Lava Jato.
Ao todo, seis ministros foram citados em delações premiadas e o próprio presidente é alvo de investigações no STF. Contra Temer, foram apresentadas ainda duas denúncias, barradas até que ele deixe o mandato presidencial.
Sem Lula na mira do Ministério Público, o receio é que as investidas passem a ser focadas a partir de agora sobre Temer.
Com dois inquéritos contra o presidente abertos no STF, não se descarta que seja apresentada uma nova denúncia contra ele pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge.
O entorno do presidente cita como exemplo do cerco a deflagração da Operação Skala, da Polícia Federal, que prendeu na semana passada dois amigos de Temer.
Logo depois do voto de Rosa Weber, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, reconheceu à reportagem que ele não era o esperado diante da expectativa inicial.
“Foi uma surpresa. É necessário respeitar as decisões do Poder Judiciário”, disse.
Outro voto que gerou insatisfação ao presidente foi o do ministro do STF Alexandre de Moraes, que também rejeitou o habeas corpus. 
O ministro foi indicado por Temer, mas é mais próximo do pré-candidato do PSDB à sucessão presidencial, Geraldo Alckmin, provável adversário do presidente caso ele dispute a reeleição.

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