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Para muitos, Adam West será o eterno ‘Bátima Feira da Fruta’

No coração deste escriba e de inúmeros outros nerds que chegaram à idade adulta na virada do século, Adam West (1928-2017) viverá para sempre não como Batman, mas como “Bátima”, epicamente arrancando o Bat-Escudo das profundezas de suas partes pudendas.

“Bátima” ou “Báteman”, claro, é a pronúncia peculiar do nome do herói adotada pela dupla dinâmica formada por Fernando Dutra Pettinati e Antônio Carlos Camano, os sujeitos que, aos 18 anos de idade, em 1981, resolveram fazer uma redublagem caseira de um dos episódios da série de TV do Homem-Morcego estrelada por West. Nascia assim “Bátima Feira da Fruta”, a aventura mais besteirenta dos anais (com trocadilho) de Batman e Robin.

Pettinati e Camano distribuíram cópias em VHS do episódio para amigos, que decerto morreram de rir com as peripécias do Bátima gay e eunuco, do Robin viciado em maconha e do Coringa que “gosta mesmo é do Bátima”. O clima da releitura ficava ainda mais lisérgico com a canção “Feira da Fruta”, de Odair Cabeça de Poeta e Grupo Capote, rolando ao fundo.

A coisa poderia ter ficado por isso mesmo – versões cada vez mais depauperadas da fita ainda fazendo rir até virarem puro ruído branco (foi uma dessas que eu assisti pela primeira vez). Nos anos 2000, porém, alguém teve a ideia de digitalizar o vídeo e colocá-lo na internet – e Bátima enfim ganhou seu merecido estrelato.

A avalanche de palavrões e impropérios da dublagem, alguns completamente datados -quem é que ainda xinga as pessoas de “maconheiro”, meu bom Deus? -têm uma capacidade quase mágica de estimular os centros cerebrais da bobeira, ao menos em quem é portador do cromossomo Y (percebi que as mulheres, quase sempre mais sábias, são presas menos fáceis da boca suja do Homem-Morcego eunuco). Entretanto, ao conversar com outros admiradores desse clássico, percebi que uma de suas grandes virtudes é a aplicabilidade ao nosso cotidiano, quase como uma dose diária de sabedoria.

Quem é que nunca se sentiu tentado a exclamar, feito um dos capangas do Coringa: “Chefe, tô cansado, só eu trabalho nessa -dou o c$% aqui todo dia”? Ou então: “Preciso fazer alguma coisa pra me alegrar! Eu sou o Coringa, eu sou o Joker!”. E daí que o roteiro não faz o menor sentido, se você pode meditar sobre tais pérolas?

A história da criação e da transmissão da dublagem acabou virando livro – “Entrei na Feira da Fruta”, prefaciado por Danilo Gentili – enquanto a “trama” do vídeo (se é que dá para usar o termo para designá-la) foi quadrinizada na internet por artistas brasileiros capitaneados por Eduardo Ferigato (dá para acessar as páginas no endereço batimahq.blogspot.com.br). Bátima vive, senhoras e senhores. (Folhapress)

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Thais Dutra

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