Os últimos números dos setores de serviços e varejo, conjugados com os do Banco Central sobre a atividade econômica, indicam que “o Brasil já voltou a crescer”, afirmou o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nesta quinta (17).
Mais cedo, o BC divulgou que, no segundo trimestre do ano, a economia avançou 0,25% sobre os três primeiros meses do ano.
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), indicador que tenta antecipar o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto), subiu 0,5% em junho na comparação com maio nos dados dessazonalizados (retirados os efeitos típicos de cada mês).
“Evidentemente, como toda economia que estava caindo e voltou a crescer, os dados não são homogêneos”, completou Meirelles, citando que o índice sobre o segundo trimestre que será divulgado pelo IBGE pode vir “perto de zero ou um pouco negativo.”
O ministro afirmou ainda que a expectativa é entrar em 2018 com um crescimento num ritmo “já próximo de 3%.”
Todas as projeções, ressaltou Meirelles, dependem da aprovação, no Congresso, das reformas, como a da Previdência, e das medidas apresentadas pelo governo para cumprir as novas metas fiscais.
“Elas são muito importantes para que o Brasil continue a crescer, e isso será o que vai mais importar para os parlamentares em 2018”, afirmou em recado direto ao Congresso.
Questionado sobre a pressão da “bancada do Refis” -grupo de parlamentares que busca alívios no refinanciamento da dívida-, Meirelles disse que acredita na aprovação do programa.
“O secretário da Receita ficou de me mandar o texto até o final do dia de hoje e eu espero amanhã já poder estar mandando para as lideranças no Congresso.”
Após uma semana de embates com a ala política do governo, a equipe econômica anunciou na terça um aumento no rombo das contas federais neste e nos próximos três anos. O governo também avisou que a virada esperada para 2020, quando prometia que os números voltariam ao azul, foi adiada para 2021.
Com a revisão das metas fiscais, que previam deficit de R$ 139 bilhões neste ano e R$ 129 bilhões no próximo, o governo agora prevê um rombo de R$ 159 bilhões nos dois anos. Para 2019, a previsão de deficit passou de R$ 65 bilhões para R$ 139 bilhões.
O governo esperava superavit de R$ 10 bilhões em 2020 e agora prevê deficit de R$ 65 bilhões. O último ano em que o governo federal arrecadou mais do que gastou foi 2013. (Folhapress)