O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda (4) que as reuniões com líderes da base do governo no domingo (3) foram positivas e que há “boa probabilidade” de votação da reforma da Previdência no Congresso ainda em 2017.
Em entrevista após evento no Rio, o ministro disse ainda contar com apoio do PSDB para a votação, argumentando que o processo definirá “quem está comprometido com as reformas”.
Na busca por apoio à proposta, o presidente Michel Temer se reuniu duas vezes neste domingo com parlamentares, a primeira no Palácio da Alvorada e a segunda em jantar na residência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
“Tanto no almoço no Palácio da Alvorada quanto no jantar, houve comprometimento muito grande de todos os partidos da base com a reforma, porque todos entendem a necessidade de fazer”, afirmou.
“Estamos fazendo um esforço grande para votar neste ano e há boa probabilidade. Mas isso, evidentemente, compete ao presidente da Câmara e de sua avaliação do momento certo”, completou.
Em sua palestra no evento, Meirelles voltou a defender a necessidade da reforma, diante do peso crescente da Previdência sobre as contas públicas. “Terá que ser feita. A questão é quando”, reforçou.
Ele disse entender a oposição popular ao tema, já que mexe no prazo para pedir aposentadoria, mas argumentou que, sem as mudanças, o sistema perde a sustentabilidade no futuro.
O ministro e o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, defenderam que a proposta do governo é “justa”, já que as parcelas mais pobres da população já se aposentam por idade, e não por contribuição.
“Os trabalhadores mais pobres não conseguem ter carteira assinada por 35 anos e já se aposentam por idade”, argumentou o ministro.
Mansueto acrescentou que 48,5% dos gastos do governo com programas de transferência de renda ficam hoje com os 20% dos domicílios brasileiros de maior renda. “Isso é a Previdência”, afirmou.
Em entrevista após o evento, Meirelles reforçou, como disse à Folha de S.Paulo, que os resultados do plano de ajuste fiscal terão impacto positivo sobre uma eventual candidatura governista à Presidência em 2018.
Ele frisou, porém, que embora seja citado como candidato, só tomará a decisão em março. “Agora preciso ter foco total no meu trabalho como ministro da Fazenda. Não é momento de fazer campanha”, disse.
Em uma referência ao PSDB, disse que “qualquer candidatura governista tem que ter compromisso com as reformas que estão sendo feitas, tem que defender o legado”.
“É natural que cada partido faça as suas opções. Mas tem que analisar as consequências de apoiar ou não o governo.”
Em sua palestra, Meirelles elencou resultados do programa de ajuste fiscal. Ele foi recebido com aplausos pela plateia, formada por economistas e executivos.
Ao fim, foi homenageado com uma placa pelo ex-presidente do Banco Central Carlos Langoni por seu trabalho para o “reinício do crescimento econômico do país”. (Folhapress)