A Federação Goiana de Municípios (FGM) defendeu que o governo federal coordene a vacinação contra a covid-19 em todo o país. O debate sobre a autonomia de estados e municípios em relação ao plano de imunização tem ganhado força com o embate entre o Ministério da Saúde e o governo de São Paulo.
O Ministério da Saúde anunciou um plano de vacinação que começaria em março. Por outro lado, nesta semana, o governador paulista, João Doria, disse que iniciaria a vacinação em São Paulo, com a vacina chinesa CoronaVac, em janeiro. O embate ficou evidente na reunião entre o ministro Eduardo Pazuello e governadores nesta terça-feira (8).
Segundo o presidente da FGM, José Cunha, deve haver um diálogo das esferas municipal, estadual e federal, mas cabe à União a coordenação. “O governo federal toma o gerenciamento no quesito de resolver a questão das vacinas. Temos que seguir uma escala de âmbito maior. Entendemos que o governo federal que tem que nortear isso”, disse ao Diário de Goiás.
Cunha concorda com a fala do governador Ronaldo Caiado, que argumentou que, no caso de cada estado buscar a vacina individualmente, haveria uma ‘corrida maluca’ pela imunização e entes menos favorecidos sairiam prejudicados. “Há um desequilíbrio entre os estados. Não dá para comparar Goiás com São Paulo, por exemplo. Acho salutar que o governo federal discuta isso, e o governo do estado esteja participativo”, destacou o presidente da FGM.
Cunha solicitou uma audiência com o governador Ronaldo Caiado e diz que cobrará do estado a estruturação da logística de distribuição e armazenamento, além do treinamento das equipes, principalmente em municípios com menos recursos.
AGM vai a São Paulo
Segundo reportagem do Jornal O Popular, a Associação Goiana de Municípios (AGM), que também representa os prefeitos goianos, iria a São Paulo nesta quarta-feira (9) negociar com o governador João Doria a aquisição de doses da CoronaVac. A entidade também protocolou documento no governo de Goiás para saber qual será a política do estado em relação à vacinação.
O Diário de Goiás tentou contato com a AGM, mas não obteve sucesso até a publicação desta reportagem.