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Categorias: Cidades
| Em 9 anos atrás

Para Buonaduce, OAB-GO pode ter dificuldades financeiras, mas não está “quebrada”

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O candidato à presidência da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Goiás (OAB-GO), pela chapa OAB Forte, Flávio Buonaduce, afirma, em entrevista ao jornalista Altair Tavares, que realmente há um descontrole financeiro na Ordem, mas que não há possibilidade de existir qualquer tipo de desvio de dinheiro.

“[A expressão rombo] passa uma imagem e impressão para quem está ouvindo de que houve um desvio de dinheiro. Isso não acontece dentro da instituição. É impossível, hoje, dentro da estrutura, até o momento em que a gente conhecia, você conseguir simplesmente sacar um dinheiro e colocar no bolso e sumir. Você pode ter um desequilíbrio financeiro, e eu acho que isso é o que pode estar acontecendo agora”.

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O candidato ainda reforça que a ideia de que a OAB poderia estar “quebrada” também não é plausível. “Não tem absolutamente nada a ver com a quebra da Ordem. Até porque a OAB de Goiânia tem um patrimônio acima de R$ 100 milhões. Isso é um patrimônio inestimável da advocacia do Estado”, disse.

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Leia a entrevista na íntegra:

Altair Tavares: Qual é o balanço da campanha até agora?

Flávio Buonaduce: Extremamente positivo. Nós temos caminhado em todas as subseções, além de algumas delegacias. Também na capital, temos tido receptividade muito grande. O crescimento da nossa campanha é uma coisa visível, você não precisa nem defender muito. É só ver o volume de campanha que nós temos, a quantidade de adeptos participando diretamente da campanha, o movimento que estamos fazendo tanto na capital quanto no interior. Isso tem demonstrado, na verdade, que a sociedade e a advocacia, principalmente, têm recebido com muita simpatia as propostas e a discussão da forma que nós temos feito em relação às eleições da Ordem.

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Altair Tavares: Nesta eleição, quais são as ideias principais que até agora a chapa OAB Forte puxou e que tem ganhado corpo no meio da advocacia?

Flávio Buonaduce: Nossa principal bandeira, na verdade, é o enfrentamento em relação ao mercado de trabalho do advogado. Há uma dificuldade hoje muito grande por parte da advocacia e não é só goiana, isso acontece a nível de Brasil, de se sustentar efetivamente da profissão. Existe hoje um achatamento real em relação à forma de remuneração do advogado. Nós acreditamos que a instituição até hoje não fez um enfrentamento adequado. Porque há a necessidade de discutir isso, não simplesmente dizer para o advogado…. Porque você tem muito advogado na praça, que isso gera um achatamento. A verdade é que se essa instituição me representa, se foi ela que eu escolhi para fazer, na verdade, as veias da advocacia no Estado, ela tem essa obrigação e responsabilidade de discutir isso de forma ampla. E é isso que nós temos provocado, uma discussão real em relação ao mercado da advocacia. Isso passa, necessariamente, por uma reforma legal do Estatuto, em que estamos discutindo junto à nossa base a possibilidade de transformar o não cumprimento ou não observância da tabela mínima em uma sanção disciplinar. Não com o propósito de fiscalizar o advogado que não a cumpra, mas muito mais por um processo profilático, para fazer com que o mercado comece a compreender que existe um piso, um valor mínimo a ser cobrado no momento da contratação do advogado. E, aí, você fazer um evento, vamos dizer, em cascata, em reflexo, gerando, então, um fortalecimento da atividade por consequência do advogado. Então, a primeira coisa que nós estamos debatendo é esse enfrentamento e uma discussão real de situações factíveis para que haja uma diminuição dessa dificuldade hoje do advogado se manter na profissão. Isso passa também, necessariamente, pela discussão em relação à forma de implementar melhores ações na defesa das prerrogativas; como discutir o problema do próprio Poder Judiciário, porque o atraso dos processos também impacta na vida do advogado; como reduzir o problema do advogado no interior, que realmente tem uma realidade diferente do da capital, através de uma aproximação da Seccional junto às subseções; enfim. É a construção de um plano que passa, na verdade, pela realização de várias ações que o próprio Observatório da Advocacia nos trouxe.

Altair Tavares: No debate na Rádio Vinha, um dos temas polêmicos foi a situação financeira da OAB. O candidato Lúcio Flávio fala de rombo, o candidato Enil fala que não existe o tal rombo, ele fala de um equilíbrio financeiro. Em outro debate, esse assunto também esteve na agenda. Em síntese, esse debate vai concluir que a situação da OAB é de rombo ou de equilíbrio? E como o senhor se posiciona nesse debate?

Flávio Buonaduce: É importante dividirmos esse assunto em dois momentos: o primeiro que aconteceu no início do ano, onde houve uma discussão em relação a um rombo de aproximadamente R$ 13 milhões, isso foi difundido e divulgado por toda a imprensa; mas aquilo, na verdade, foi um assunto que veio no calor de uma disputa eleitoral, indireta, em função do afastamento do então presidente Henrique Tibúrcio, e o vice-presidente levantou esses números como se fosse um valor que a OAB estivesse devendo. Verificados os números e o balanço que ele apresentou, se descobriu que os números eram outros. Na verdade, o que tinha de empréstimos abertos, ainda a serem quitados pela instituição no início do ano, era em torno de R$ 5,5 milhões. Esses valores representam, na verdade, uma equalização que a Ordem sempre fez, e é bom que se diga que até aquele momento era o nosso grupo [OAB Forte] que estava à frente da administração da Ordem, para que pudesse realizar investimentos em construções, aparelhamento de quadro tecnológico. E como nós temos uma receita variante, o que a Ordem sempre fez foi isso: adequar essa receita à necessidade de adequar. É como se você comprasse um carro. Se você não consegue pagar à vista, você financia e coloca a parcela dentro do seu orçamento. Até aquele momento, era isso, e discutimos esse valor de R$ 13 milhões. Agora, nesse período eleitoral, apareceu uma outra informação, aí sim, nós não estamos mais à frente da administração da Ordem, hoje presidida pelo ex-tesoureiro Enil Henrique, em que houve um pedido de auxílio junto ao Conselho Federal, de R$ 5 milhões, para que fazer o encerramento do exercício de 2015 sem que houvesse prejuízo em relação à instituição. Isso, sim, é uma sinalização de que há possivelmente uma dificuldade em relação às finanças da Ordem. Mas está longe de dizer que a Ordem está quebrada, que há um rombo financeiro. Isso eu não acredito.

Altair Tavares: Essa ideia de rombo talvez fosse até mal-entendido como roubo, por exemplo?

Flávio Buonaduce: Exatamente. Na verdade, ela é completamente equivocada, ela passa uma imagem e impressão para quem está ouvindo de que houve um desvio de dinheiro. Isso não acontece dentro da instituição. É impossível hoje, dentro da estrutura, até o momento em que a gente conhecia, você conseguir simplesmente sacar um dinheiro, colocar no bolso e sumir. Não tem como. Você pode ter má gestão. Então, não é roubo. Você pode ter um desequilíbrio financeiro, e eu acho que isso é o que pode estar acontecendo agora em função de uma política que o atual presidente, que é candidato, adotou de realizar várias obras, talvez ele não tenha tido o cuidado de saber se teria dinheiro para isso ou não. Mas eu não tenho medo de dizer que a partir de janeiro, nós sendo eleitos, isso vai exigir de nós, como fazemos em casa, apertar os cintos, ter um ano mais seco, mais restrito em relação a qualquer tipo de investimento para fazer novamente essa equalização. Mas hoje, ao que parece, realmente a instituição vive uma situação de dificuldade financeira. Mas repito: não tem absolutamente nada a ver com a quebra da Ordem. Até porque a OAB de Goiânia tem um patrimônio acima de R$ 100 milhões. Isso é um patrimônio inestimável da advocacia do Estado e que representa zilhões de vezes o valor que possivelmente tenha que arcar a partir de agora.

Altair Tavares: Qual é o maior desafio nesta reta final do grupo OAB Forte?

Flávio Buonaduce: Na verdade, mostrar mais do que nunca que somos um grupo unido, que estamos fazendo uma eleição propositiva, sem simplesmente discutir ou atacar os outros participantes, nós não queremos falar disso. Queremos mostrar que a experiência que nós agregamos durante esses anos pode ser um grande diferencial para as ações do futuro. Você precisa defender que a experiência minimiza os riscos no futuro, e é isso que nós temos dito. É esse o nosso desafio, mostrar que esse projeto ainda é um projeto adequado, que se renova, que não tem dono, mas busca a grande participação da advocacia como um todo, para que haja uma administração efetivamente administrativa a partir de janeiro. Esse grupo, agregando essa experiência, com os elementos novos que participam hoje da chapa, é que tem melhor condição de fazer isso e errar menos. Porque as experiências que tivemos no passado, positivas e negativas, nos ensinaram como fazer, diferentemente daquelas pessoas que não tem qualquer experiência a agregar e qualquer tipo de fôlego a apresentar à advocacia goiana.

Altair Tavares: Nos últimos pedir, pedir voto?

Flávio Buonaduce: Pedir voto, viajar para o interior e capital, buscando essa interlocução com o advogado, convencendo ele que esse projeto continua sendo melhor e fazendo com que ele participe também desse processo. É importante lembrar disso: o advogado não pode se omitir em não comparecer às urnas no dia 27. Ele tem que estar lá participando, fazendo sua escolha, da mesma forma que nós temos como cidadão essa responsabilidade na época de uma eleição partidária. Isso o advogado tem que dar exemplo, comparecer e fazer uma escolha. Mas tenho certeza de que a escolha que eles vão fazer vai ser a chapa Forte, número 21. 

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