O papa Francisco recomendou a bispos italianos que não aceitem seminaristas gays, afirmou nesta quinta (24) o jornal italiano La Stampa. A orientação teria sido dada em reunião da Conferência dos Bispos Italianos na segunda (21).
“Fiquem de olho nas admissões aos seminários”, disse Francisco, segundo o jornal. “Se tiverem dúvidas [sobre a orientação sexual dos candidatos], é melhor que não entrem.”
O papa expressou a preocupação de que, quando as tendências homossexuais estão “profundamente enraizadas”, a pessoa pode ser levada a atos que comprometam a vida do seminário, a do próprio jovem e seu futuro sacerdócio.
Segundo Francisco, isso pode gerar escândalos que desfiguram o rosto da igreja, informou o La Stampa.
As novas declarações devem animar conservadores que se alarmaram com a mudança na linguagem adotada por Francisco para falar da homossexualidade.
O encontro ocorreu apenas um dia depois que um chileno vítima de abuso sexual por membros da Igreja Católica afirmou que o papa lhe disse, em conversa privada, que Deus o havia feito gay e o amava daquela maneira.
A igreja considera a homossexualidade uma desordem imoral. Em 2005, o Vaticano disse que poderia admitir seminaristas que houvessem “superado” suas “tendências homossexuais” por pelo menos três anos.
Em 2016, porém, outra norma fixou que se proibisse a entrada “daqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente arraigadas ou apoiam a chamada cultura gay”.