Dois belos gols de sua dupla de volantes deram ao Palmeiras seu primeiro título da Recopa Sul-Americana. Dominante em quase toda a partida diante do Athletico-PR, mas ineficiente sem um camisa 9 talentoso, o time de Abel Ferreira contou com uma cobrança de falta precisa de Zé Rafael e uma bonita conclusão de Danilo, ambas no segundo tempo, para derrotar o rival paranaense por 2 a 0 na noite desta quarta-feira e erguer o troféu do torneio que opõe o campeão da Libertadores e o vencedor da Sul-Americana.
Mais de 30 mil palmeirenses no estádio festejaram a quarta conquista do Palmeiras sob o comando de Abel Ferreira em um ano e quatro meses – foi vice em outras quatro oportunidades. No ano passado, a equipe havia sido vice ao perder nos pênaltis a decisão para o Defensa y Justicia.
O Athletico-PR, com um elenco bastante modificado em relação à temporada passada, continua sem nunca ter ganhado o torneio. No Allianz Parque, fez um jogo digno, mas se concentrou muito em marcar, e pouco saiu ao ataque depois de empatar por 2 a 2 o duelo de ida em Curitiba. Com mais recursos, o Palmeiras foi superior e, com a conquista, alivia a pressão em cima da presidente Leila Pereira, cobrada antes da partida.
Os mais de 30 mil torcedores que foram ao Allianz Parque apoiar – e também protestar contra a gestão de Leila Pereira – viram no primeiro tempo um Palmeiras dominante, com grande volume de jogo e facilidade para chegar à linha de fundo, mas ineficiente frente a um Athletico-PR que se fechou com competência e impediu que o rival transformasse em gols a sua superioridade.
Dudu, na ponta direita, foi o mais acionado. Raphael Veiga também participou ativamente do jogo. Mas foi pouco porque na frente, Gabriel Veron, a surpresa na escalação de Abel Ferreira, e Rony, nada produziram. Mais uma vez, a equipe sentiu falta de um camisa 9 que incomode os zagueiros adversários e balance as redes.
A zaga do time paranaense afastou sem muito problema as investidas palmeirenses e não teve trabalho para marcar Rony. Santos desceu ao intervalo sem trabalhar, bem como Weverton, que assistiu a seu time atacar sem efetividade.
Wesley entrou na vaga de Veron no intervalo e fez mais em três minutos do que o colega em 45. Arriscou dribles e incomodou a zaga pela esquerda. Num desses lances, Zé Rafael foi derrubado perto da área. O próprio volante bateu a falta com categoria e abriu o placar aos quatro minutos no Allianz Parque. A bonita conclusão do camisa 8 foi a primeira do Palmeiras em direção ao gol no jogo.
Em noite inspirada, Zé Rafael teve outras duas oportunidades para ampliar, mas mandou ambas para fora. Cansado, ele foi substituído por Jailson sob aplausos. Antes encolhido, o Athletico-PR teve de atacar. Valentim colocou Marlos, o craque do time, e deixou a equipe mais solta ao lançar mão do jovem equatoriano John Mercado.
Mas as apostas do treinador da equipe de Curitiba não surtiram efeito e o Palmeiras, com espaços para atacar, selou o triunfo aos 42 minutos, com Danilo. O jovem meio-campista recebeu de Atuesta e colocou a bola no canto esquerdo de Santos, com precisão e categoria. Festa no Allianz Parque e mais uma taça ao Palmeiras, cada vez mais acostumado a disputar decisões. No fim, ainda deu tempo para Abel Ferreira ser expulso e a torcida, em êxtase, gritar olé.
FICHA TÉCNICA:
PALMEIRAS 2 X 0 ATHLETICO-PR
PALMEIRAS – Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez; Danilo, Zé Rafael (Jailson) e Raphael Veiga (Mayke); Dudu (Atuesta), Gabriel Veron (Wesley) e Rony. Técnico: Abel Ferreira.
ATHLETICO-PR – Santos; Khellven (Christian), Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Hugo Moura (Rômulo), Matheus Fernandes (Julimar), Erick e Léo Cittadini (John Mercado); Terans (Marlos) e Pablo. Técnico: Alberto Valentim.
GOLS – Zé Rafael, aos 4, e Danilo, aos 42 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Jesús Valenzuela Sáez (Venezuela).
CARTÃO VERMELHO – Abel Ferreira
PÚBLICO – 30.065 torcedores
RENDA – R$ 2.562.317,30
LOCAL – Allianz Parque.
(Conteúdo Estadão)