O lugar era ponto de encontro de goianos e turistas que queriam apreciar uma boa música. Por lá, já passaram grupos populares e foi palco de manifestações artísticas, as pessoas bebiam cultura e até expressavam-se politicamente. Quando não tinha eventos culturais, dava pra simplesmente apreciar a arquitetura Art-Déco que o Coreto da Praça Cívica, inaugurado em 1942 promovia ao Centro da Cidade. Esse era o retrato do monumento localizado nos arredores da Praça Cívica. É díficil de imaginar que movimentos possam acontecer hoje. O local está completamente abandonado.

Quem passa pelo local vê um Coreto com ruídos em sua paisagem. O monumento serve de hospedeiro para moradores de rua e enxerga as marcas do abandono e descaso em sua estrutura. Ignorando a sua história, o Coreto se vê depredado para a tristeza de quem já presenciou as atividades no lugar, ou mesmo de jovens que nunca participaram de manifestações mas que ainda assim, gostariam de voltar ao tempo e ver o que os antepassados goianos sentiam.

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O consultor de software Lucas Scalia, 23, é morador do centro e fotografo de coração. Quando passa pelo Coreto, dá pega seu celular e costuma fotografar o abandono. “É triste ver algo que no passado era tão expressivo e hoje está nesse estado”, lamenta. Amante dos movimentos culturais da cidade, ele gostaria de presenciar novas atividades ali. “A cultura e arte são elementos que democratizam povos. Eventos ali podem unir diversas tribos.”, comenta.

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Não apenas pelo que pode ser o local na questão cultural para a cidade, mas a própria paisagem arquitetônica que ele proporciona para o movimentado Centro de Goiânia. “Gosto de fazer fotografias urbanas, por hobbie. É um espaço que ninguém fala que vem do Art-Déco. A sujeira e o abandono estragam qualquer história por trás do espaço”, questiona Scalia. 

Procurado pelo Diário de Goiás, a Secretária de Cultura se posicionou por nota e disse que “já foi solicitada a revisão da obra do Coreto e em outros pontos do patrimônio cultural na Praça Cívica”. A partir da solicitação “a Seinfra faz a listagem das obras que deve ser feito e encaminha para o Iphan para autorização e execução das obas.” O Coreto faz parte desta solicitação pela Secult que já fez uma vistoria técnica no local e “averiguou a necessidade de fazer a manutenção do patrimônio”. 

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A Seinfra, por meio do secretário titular, Dolzonan da Cunha Mattos, em entrevista ao Diário de Goiás, disse que o Coreto será revitalizado e restaurado. “Não se pode fazer alterações. É trabalharmos para voltar ao estado inicial”, detalhou. Isso porque, a obra é tombada historicamente pelo Iphan. No entanto, os ajustes e a revitalização já foram discutidas com o governo e deverá começar em breve. “Isso será imediato. Em cerca de dois meses, no máximo”, ressaltou.

 

 

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