O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, rebateu nesta quarta-feira (16) declaração do presidente interino do PSDB, Tasso Jereissati, de que o presidente Michel Temer quis uma “folguinha” ao ter elevado a previsão do deficit público para 2017 e 2018.
Segundo o peemedebista, os rombos financeiros anunciados na terça-feira (15) não criam nenhuma folga, já que a equipe econômica está trabalhando “no limite”. A crítica é de que o aumento da meta serviria para incluir emendas e projetos, em uma espécie de agrado à base aliada.
“Não há folga e estamos trabalhando no limite. Foram vários dias em que se buscou ver que cortes podíamos fazer nas despesas e quais as receitas extraordinárias com as quais podíamos contar”, disse. “Não tem folga, não. Nós estamos ajustados”, acrescentou.
O aumento das previsões para R$ 159 bilhões foi criticado pelo PSDB, principal partido aliado do presidente. A legenda enviou mensagem ao peemedebista de que uma alteração poderia afetar a credibilidade do governo e que seria melhor tentar aumentar a receita antes de modificar a meta.
“Nós tínhamos de olhar o que era a nossa meta, que era de R$ 139 bilhões, e a impossibilidade dela. O mais correto e transparente possível era elevar no que era absolutamente indispensável, que era de R$ 159 bilhões”, disse o ministro.
Para Padilha, o aumento do deficit não causou desgaste ao ministro Henrique Meirelles (Fazenda), que enfrentou uma disputa nos bastidores com a base aliada para evitar que fosse estabelecida uma meta de R$ 177 bilhões com o objetivo de favorecer parlamentares governistas.
SUPERMERCADOS
O peemedebista participou nesta quarta (16) de cerimônia de assinatura de decreto que permite juridicamente às redes de supermercado negociar a abertura dos estabelecimentos aos domingos e feriados em todo o país.
Hoje, para a abertura, é necessária uma lei municipal e um acordo com os sindicatos dos funcionários. A medida facilita que a nova jornada seja incluída no contrato de trabalho e diminui o risco de contestações judiciais.
Em discurso, o presidente Michel Temer afirmou que a iniciativa moderniza a atividade profissional e atende a uma demanda da população em geral.
Ele afirmou que toda vez que é proposta alguma reforma ou alteração ocorre uma “guerra brutal”. Na sequência, no entanto, ocorre “o silêncio dos que protestam”, que ficam “obrigados a se curvarem à realidade”.
O presidente reconheceu que a reforma previdenciária é um “tema árido” e pediu que os varejistas e empresários presentes no evento a defendam em apresentações e discursos.
“É preciso que as classes produtivas do país nos apoiem nessa matéria. Onde estiverem e puderem discursar, há a necessidade premente da reforma previdenciária em nosso país”, disse.
Padilha afirmou que o novo cronograma do governo é aprovar as mudanças na aposentadoria em dois turnos na Câmara na primeira quinzena de outubro. (Folhapress)