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| Em 3 anos atrás

Pacheco arquiva pedido de impeachment de Moraes feito por Bolsonaro

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Por motivos técnicos e políticos, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), rejeitou e arquivou nesta quarta-feira, 25, o pedido de impeachment feito na última sexta-feira, 20, pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Quero crer que essa decisão possa constituir um marco de restabelecimento das relações entre os poderes, pacificação e união nacional”, disse Pacheco ao ler o arquivamento do pedido no plenário do Senado, nesta quarta-feira. “Além do lado técnico, há também o lado político de uma oportunidade para restabelecer a boa relação entre os Poderes”, disse.

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O pedido de impeachment do ministro do STF fora protocolado digitalmente pela Presidência da República diretamente no gabinete do Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), assinado apenas por Bolsonaro. A demanda em si somava 17 páginas, mas o arquivo protocolado no Senado é bem maior, pois incluiu cópias de documentos pessoais de Bolsonaro e alguns despachos de Moraes. O documento tinha a firma reconhecida de Bolsonaro, depositada em um cartório da Asa Norte de Brasília.

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Ao receber o pedido, Pacheco disse ter pedido um parecer técnico à Advocacia-Geral do Senado que respondeu com uma recomendação de arquivamento por falta de adequação ao que a lei prevê como possibilidades para um impeachment. “É preciso haver adequação do fato ao que prevê a lei para se dar andamento”, disse Pacheco

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Na epígrafe do arquivo, Bolsonaro colocou um trecho da fala de Alexandre de Moraes em sua sabatina no Senado, em 21 de fevereiro de 2017, quando o ministro disse reafirmar sua “devoção com as liberdades individuais” – as quais, no entender do presidente da República, o ministro atacou. Um desses ataques seria a decisão de Moraes, de mandar para a prisão o presidente nacional do PTB, ex-deputado Roberto Jefferson e aliado de Bolsonaro, em 13 de agosto.

No sábado, 21, Bolsonaro argumentou que o pedido não era uma revanche. “Eu fiz tudo dentro das quatro linhas da Constituição Engraçado, quando eu entro com uma ação no Senado fundada na Constituição, o mundo cai na minha cabeça. Quando uma pessoa, com um inquérito do fim do mundo, me bota lá, ninguém fala nada. Não é revanche, cada um tem que saber o seu lugar. Só podemos viver em paz e harmonia se cada um respeitar o próximo e saber que existe um limite, que é a nossa Constituição”, afirmou Bolsonaro.

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No começo da semana, dez partidos de centro e de esquerda se manifestaram contra o impeachment do ministro. Em duas notas separadas, os presidentes nacionais de DEM, MDB e PSDB, de um lado, e PT, PDT, PSB, Cidadania, PV, Rede Sustentabilidade e PCdoB, de outro, saíram em defesa do ministro e cobraram respeito à independência dos poderes. (Por Camila Turtelli/Estadão Conteúdo)

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Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.