O ano de 2022 está perto de terminar. Com certeza, ele ficará na história como um dos mais agitados politicamente. Pensando nisso, o Diário de Goiás elaborou uma retrospectiva, com uma lista dos cinco principais fatos que marcaram a política goiana.
1. Reeleição de Caiado
Em um ano de eleições, é natural que o pleito esteja entre os assuntos de maior de destaque. O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) conseguiu se reeleger, ainda no primeiro turno, com 51,81%, consolidando-se como um possível candidato a presidente em 2026.
Caiado foi capaz de montar uma aliança com praticamente todos os maiores partidos, inclusive o MDB de Daniel Vilela, que foi seu adversário em 2018, deixando seus oponentes com poucas opções e, consequentemente, menos estrutura de campanha.
Favorito, o governador decidiu não participar da maioria dos debates, enquanto os demais candidatos lutavam para desgastá-lo e, ao mesmo tempo, crescer nas pesquisas. No fim, a diferença foi menor do que muitos imaginavam, mas sem riscos à reeleição.
2. Força do bolsonarismo
Embora o presidente Jair Bolsonaro (PL) tenha perdido para Lula (PT) no Brasil, seu apoio, em Goiás, se mostrou forte, tendo ampliado a vantagem em relação ao petista na comparação entre o primeiro e o segundo turno.
O bolsonarismo também impulsionou a campanha ao Senado do ex-senador Wilder Morais (PL), que, surpreendentemente, derrotou o ex-governador Marconi Perillo (PSDB). Além disso, o PL goiano, com quatro parlamentares, elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados.
Não é à toa que, apesar do rompimento com o presidente, Caiado, sabendo de sua força em Goiás, declarou apoio a ele no segundo turno, assim como dezenas de prefeitos, vereadores e deputados.
3. Tucanos com Lula
Mesmo com a rivalidade histórica entre PSDB e PT, alguns tucanos em Goiás caminharam ao lado de petistas durante as eleições presidenciais com o objetivo de apoiar Lula contra Bolsonaro.
Presidente do PSDB em Goiás, Marconi até ensaiou uma possível aliança com o PT, que acabou não prosperando, mas outros nomes de destaque do partido decidiram seguir esse caminho.
O principal exemplo é o da vereadora Aava Santiago, de Goiânia. Evangélica, ela ganhou destaque nacional, participou de um encontro com Lula e integrou a equipe de transição.
4. Invasão da Alego
A criação de uma contribuição de parte do agronegócio estremeceu a relação de Caiado com o setor e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSD), que foi o coordenador de sua campanha.
Representante do agro, Lissauer fez de tudo para que o projeto não obtivesse sucesso, inclusive determinando votação 100% presencial pela primeira vez desde o início da pandemia de Covid-19, mas a pressão de produtores rurais em deputados estaduais da base não foi suficiente.
Inconformados com a chamada taxa do agro, alguns desses produtores invadiram o Plenário da Alego e quebraram vidros nas galerias. Por motivos de segurança, a sessão teve que ser cancelada, e uma nova foi convocada para o dia seguinte, sem a presença do público.
5. Polêmicas na Câmara Municipal de Goiânia
O final de ano ficou marcado pelo julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da legalidade do terceiro mandato consecutivo de Romário Policarpo (Patriota) como presidente da Câmara Municipal de Goiânia.
O STF deu a vitória a Policarpo, que se mantém no posto durante o biênio 2023-2024. O caso, contudo, foi muito além disso, e envolveu até mesmo especulações sobre um possível impeachment do prefeito Rogério Cruz (Republicanos), se o comando da Câmara mudasse.
Em 2022, o Legislativo goianiense viu, ainda, alterações em sua composição de vereadores, com a cassação das chapas do PRTB e do Cidadania por não terem cumprido a cota de gênero nas eleições de 2020.