O curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) foi a grande novidade na lista das vagas mais procuradas pelos candidatos que se inscreveram no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) no ano passado, em busca de graduações. Com 21,7 mil inscrições, ficou à frente de cursos como Direito, Medicina e Pedagogia de universidades conceituadas no país.

A procura chamou a atenção pelo fato do curso oferecido pelo IFSP ser tecnólogo, com duração de apenas dois anos, ao contrário das graduações tradicionais. Na lista ainda está o curso de Ciência Tecnológica da Universidade Federal do ABC (UFABC), com 12,1 mil inscritos, o que também evidencia o crescimento do setor de informática.

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A área de sistemas de informação como um todo é apontada por economistas e consultores como a que terá as principais profissões da próxima década. Para eles, é um dos poucos setores que não são afetados mesmo durante crises econômicas, já que as demandas não respondem aos contextos sazonais.

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Como as empresas estão cada vez mais dependentes da informatização dos seus sistemas, precisam sempre de desenvolvedores de software, analistas de segurança de redes e sistemas de informação. Além disso, não há trabalhadores qualificados para saturar o setor, o que garante muitos empregos e salários altos.

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“A atividade dos profissionais de tecnologia e informação passou a integrar as demais áreas da economia. Contudo, o Brasil ainda está atrasado na formação desses profissionais, o que gera escassez de talentos. É preciso melhorar a formação deles já que a perspectiva é que o mercado continue muito comprador”, afirmou o professor José Pastore, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), à Veja.

Em um contexto mais amplo, o curso de Administração foi o grande destaque de 2017. Sem levar em conta as instituições, cerca de 269 mil candidatos se inscreveram para concorrer às vagas oferecidas pelas universidades para cursá-lo. Essa procura costuma beneficiar as grandes faculdades privadas espalhadas pelo Brasil, como a carioca Estácio e a paulista Anhanguera.

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Em segundo lugar ficou a graduação em Pedagogia, com 240 mil inscritos. Essa tendência também é verificada na busca dos estudantes por cursos a distância, como mostram os dados da Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED), que publicou recentemente o censo do setor referente ao ano passado mostrando que 25% dos alunos matriculados para cursos EAD estudam Pedagogia. Em seguida, vem Administração, com 13,7%, e Serviço Social, com 7,4%. O ranking ainda possui os cursos de Gestão de Recursos Humanos, Letras e Gestão Pública.

Assim, tanto nas graduações presenciais como nas EAD, os cursos de Administração e Pedagogia foram os mais buscados pelos brasileiros em 2017.

O terceiro curso mais procurado no Sisu foi o de Direito, com 238 mil inscritos. Neste caso, uma instituição se destaca: a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que recebeu, sozinha, 17,1 mil candidatos interessados no curso que ela oferece. A busca também reflete o lugar da universidade no cenário acadêmico brasileiro: no último ranking do jornal Folha de S. Paulo, ela aparecia na quarta posição, atrás apenas da UFRJ, da Unicamp e da USP.

Medicina, com 220 mil inscrições, e Educação Física, com 177 mil, enfim, completam a lista.

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