Organizações da sociedade civil lançaram nesta terça (15) um abaixo-assinado contra o novo fundo eleitoral de R$ 3,6 bilhões e o modelo do distritão, que ainda serão votados pelo plenário da Câmara.
Por meio do site “Reforma que queremos”, internautas podem enviar um e-mail pressionando os deputados a rejeitarem estas pautas. Até as 17h desta terça, 440 e-mails haviam sido enviados.
A iniciativa partiu da Nova Democracia, reunião de pessoas e grupos pela renovação e transparência política, como a “Bancada Ativista”, o “Movimento pela Transparência Partidária” e o “Quero Prévias”.
Segundo eles, o distritão “enfraquece construções coletivas fomentando a disputa individual, encarece a lógica da campanha e termina aumentando a barreira de entrada para novos atores nessa disputa”. Já o fundo eleitoral representa para o movimento um “inadmissível repasse bilionário aos partidos em plena crise econômica”.
As organizações defendem candidaturas independentes, adoção de regras de democratização interna dos partidos, com instâncias de debate e realização de prévias, e um “financiamento democrático”, com a “promoção de equidade”.
O VPR (Vem pra Rua) é um dos grupos que assinam o “Movimento pela Transparência Partidária”, que, por sua vez, é uma das iniciativas que embasam a “Reforma que queremos”. Ainda assim, o VPR, um dos principais movimentos que impulsionaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), também lançou nesta terça (15) seu próprio mapa contra o fundo eleitoral.
O movimento apelidou o fundo de “bolsa-eleição”, ou “bolsa-político”. “O mapa mostrará o posicionamento dos 513 deputados federais em relação à aprovação ou não de mais uma excrescência proporcionada pelos nossos representantes em Brasília”, diz texto oficial do VPR.
O líder Rogério Chequer diz à reportagem que o grupo defende o financiamento por seguidores dos partidos. “Os partidos têm que desenvolver uma base de militantes e não tirar da população, que talvez esteja dando dinheiro para partidos com os quais não concorda”.
Segundo ele, quanto mais dinheiro se dá para as legendas, menos conexão com a sociedade elas precisam ter, o que gera menos representatividade.
Chequer afirma que o financiamento privado também é uma possibilidade, desde que haja transparência e limites. “Acaba sendo muito menos letal do que dinheiro público que vem de graça.”
Questionado sobre o VPR não ter lançado um mapa do distritão, Chequer diz que o grupo preferiu focar no fundo. “Somos contra o distritão, mas tem pouca chance de passar. Entendemos que o grande malefício vem do fundo eleitoral.” (Folhapress)