A tensão na Bolívia aumentou neste domingo (03/11) quando a oposição liderada por um líder regional do país chamou os militares para intervir a crise política que se alastrou duas semanas após a reeleição questionada do presidente Evo Morales.
Luis Fernando Camacho é chefe de uma poderosa entidade civil da região de Santa Cruz. Ele lançou um ultimato à Morales. Nesse discurso emaranhado deu ao presidente eleito 48 horas para renunciar. O discurso realizado ontem (02/11) foi feito num comício. Caso Morales não ceder ao seu pedido, ele sugeriu que uma intervenção militar ocorresse.
“[Evo Morales] tem 48 horas para renunciar, porque nesta segunda-feira às sete horas da noite (20h00, em Brasília), vamos tomar medidas e garantiremos sua saída”. As “medidas” seria o acionamento das Forças Armadas Bolivianas. No mesmo discurso, ele leu uma carta direcionada as Forças Armadas. Camacho pedia aos militares que estivessem “ao lado do povo” na crise desencadeada pela vitória eleitoral de Morales.
A oposição boliviana não aceita a vitória questionada de Morales, do dia 20 de outubro e está convocando novas eleições gerais tanto para a presidência como para o legislativo.
Até o momento, as Forças Armadas tem ficado fora da polêmica que alastra o país no período pós eleitoral. Até 1982, a Bolívia sofreu uma série de golpes, revoltas e ditaduras militares.
Morales em defesa, diz que a oposição tem tentado derrubá-lo por meio de um “golpe de Estado”. No mesmo dia que Frascisco discursava dando-lhe um utimato, Evo pedia ao povo que defendessem “a democracia e os resultados eleitorais”.