Os partidos de oposição ao governador Marconi Perillo (PSDB) iniciaram uma ofensiva para impedir o governo de estender a linha de ônibus do Eixo Anhanguera para os municípios de Senador Canedo, Goianira e Trindade. Alheios aos benefícios que medida vai trazer para a população da Região Metropolitana de Goiânia, estes políticos avaliam que a satisfação dos usuários com o serviço vai se traduzir em votos para Marconi nas eleições do dia 5 de outubro.
A extensão do Eixo vale desde o último sábado, 20 de setembro. A partir de agora, é possível percorrer a linha inteira com apenas um único bilhete, que custa R$ 1,40. De acordo com a Metrobus, empresa estatal que administra o serviço, cerca de 240 mil pessoas passavam pelo Eixo todo dia, até a última sexta-feira. Com a extensão, o número deve aumentar em até 30%, chegando a 312 mil.
A primeira reação negativa foi do prefeito de Senador Canedo, Misael Oliveira, que é aliado do candidato a governador Vanderlan Cardoso (PSB) e que, por incrível que pareça, administra um dos municípios que será contemplado pela extensão.
Ainda não está confirmada a tese de que o comportamento de Misael foi avalizado por Vanderlan, mas o fato é que ele lançou mão de todo tipo de artimanha para criar obstáculos à extensão do Eixo na Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo (CDTC), que teve de aprovar a medida antes de ela ser colocada em prática. A CDTC reúne representantes das prefeituras da Grande Goiânia, vereadores, deputados estaduais e Governo de Goiás.
O desespero de Misael na última reunião da CDTC se traduziu em ofensas lançadas contra o representante do Governo de Goiás no colegiado, o secretário estadual de Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Sicam), João Balestra. “O momento político mudou. A sociedade se cansou da política do ‘quanto pior, melhor’. O usuário do transporte coletivo não quer saber de briga, de picuinha, o que interessa é a qualidade do serviço. A Metrobus levou o Eixo Anhanguera para dentro da casa de milhares de pessoa e, no fim das contas, é só isso que importa”, afirma Balestra.
Vanderlan, por sua vez, ainda não se pronunciou a respeito do assunto. Tampouco o fizeram os outros dois principais candidatos da oposição a governador, Iris Rezende (PMDB) e Antônio Gomide (PT). O silêncio dos três nos debates, entrevistas e programas eleitorais de rádio e televisão servem de prova inconteste de que o governador Marconi, desta vez, acertou em cheio. Afinal de contas, são 320 mil pessoas beneficiadas por dia. Não há o que criticar, o que pontuar em contrário à medida. Se houvesse, o trio já teria se manifestado.
“Estamos preparados para esse aumento no número de usuários. Estamos adicionando à rede, nesse início, 15 novos ônibus biarticulados com o dobro de capacidade e que terão a frequência mais rápida, ou seja, menos tempo de espera para o cidadão”, afirma Padre Ferreira, presidente da Metrobus.
Sabotagem
Além do confronto entre o prefeito de Senador Canedo e o representante do Governo de Goiás na CDTC, nos bastidores há relatos de que políticos de oposição apelaram ao Ministério Público para impedir a extensão do Eixo, reputando-a por eleitoreira e oportunista. Nenhum promotor ou procurador, até o momento, se declarou contrário à medida – que vale a pena ressaltar: deve atender 312 mil usuários do transporte coletivo a partir desta semana.
Os ônibus do Eixo que ligam Goiânia a Trindade vão sair do terminal Padre Pelágio e percorrer a GO-060, que recentemente foi toda recapeada, iluminada e urbanizada pela Agência Goiana de Transportes de Obras Públicas (Agetop). Os veículos que vão transportar usuários da Capital para Goianira e vice-versa vão percorrer a GO-070, que acaba de ser duplicada pelo Governo de Goiás.
Por fim, a linha que atende Senador Canedo (município de Misael Oliveira) vai partir do Terminal Novo Mundo e andar pela GO-403 – mais uma estrada que foi duplicada há poucas semanas pela administração estadual.
Desespero
Esta não é a primeira vez que políticos de oposição a Marconi tentam sabotar o trabalho do governador em favor da população apenas para atender as suas ambições pessoais. Não faz muito tempo que o ex-governador Iris Rezende atacou a presidente Dilma Rousseff (PT) por repassar dinheiro para projetos de infraestrutura sob responsabilidade do governo de Goiás.
Na opinião de Iris, a presidente Dilma deveria ter excluído o Estado do rol de investimentos nos últimos quatro anos para atrapalhar a reeleição de Marconi e ajudar – vejam só – o projeto eleitoral dele, Iris. E quem pensa que o velho cacique do PMDB entrou sozinho nessa está enganado. O ministro de Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, abriu inúmeras vezes as portas do seu gabinete para comitivas de políticos do PT, PMDB, PSB e PCdoB goianos que pediam para Presidência da República ser menos, digamos, generosa com Marconi.
( Informações da assessoria do candidato)